LOURENÇO
DE CARVALHO
Biografia
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Poesias Eternas
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fomos
denunciados
apanhados
no escuro
por
sabermos apenas
como
se faz o esperma
mas
onde a coragem
para
mais geometria
que
o triângulo das pernas
o
mastro do navio?
a
ti sei condenar
ó
namorada mansa
minha
toira-menina
eu
preciso de ti
como
de sal e livros
minha
ave africana
ó
mandrágora escura
eu
decoro o teu corpo
de
puta e sanguessuga
somos
feras ou furúnculos?
só
cordeiros nos olhos
devoramos
os outros
trazemo-los
na boca
eu
e tu somos bichos
somos
anjos de carne
corroídos
pelo tempo
corroídos
pelo vício
neste
país de luto
nesta
pátria de frio
in,
Vozes Poéticas da Lusofonia, Ed. Câmara Municipal de Sintra, 1999
A Poesia Eterna, por Marco Dias . Todos os direitos reservados.