A POESIA ETERNA

Por Marco Dias

JOSÉ DURO

Biografia

 

Poesias Eternas

Prece

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Prece

 

Ó Morte, vai buscar a raiva abendiçoada

com que matas o mal e geras novos seres,

ó Morte, vai depressa e traz-ma, se puderes,

que eu canso de viver, quero voltar ao nada.

 

Escorre-me da boca a voz que inda murmura,

arranca-me do peito o coração exangue,

que eu hei-de dar-te em troca os restos do meu sangue,

para o negro festim da tua fome escura.

 

Ó santa que eu adoro, ó virgem de olhar triste,

bendita sejas tu, ó morte inexorável,

pelo mundo a chorar desde que o mundo existe...

 

Dá-me do teu licor, quero beber a esmo,

que eu vivo no abandono e sou um miserável

aos tombos pela vida em busca de mim mesmo.

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 A Poesia Eterna, por Marco Dias . Todos os direitos reservados.

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