JORGE
GOMES MIRANDA
Biografia
|
Poesias Eternas
|
Aqui, a lida da casa:
tiro
memórias, coloco cada
coisa no seu lugar.
Ali, baldios, horas
em que foste sincero.
Além, a juventude
entre o ferro velho.
Portadas Abertas
Quase inofensivo
se o acolhemos.
Quase mortal
se alguém
fecha uma porta.
Portadas Abertas
Quando te conheci saíamos
todas as noites.
Evitámos os lugares, as
manchas de chiva
nas pedras, os casacos
mais quentes.
No regresso a mochila
vinha leve:
abetos, folhas de árvores
com desenhos que teimavas
em decifrar.
Dizias: "A solidão
é uma cigana
que não sabe ler as mãos."
De súbito, o país que não
escreve cartas
clareava,
os muros fugiam do
caminho.
Agora, a barba cresce,
motim, granada.
O rosto, único sítio
onde desfeitas as emoções
continuo a viver.
Portadas Abertas
A Poesia Eterna, por Marco Dias . Todos os direitos reservados.