A POESIA ETERNA

Por Marco Dias

JORGE BARROS DUARTE

Biografia

 

Poesias Eternas

Menino de Timor

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Menino de Timor

 

Menino de Timor, estás triste?!...

Porquê?!... - Não tenho com que brincar!

Nem com quem!... Já nem posso falar!

A minha terra correste e viste

 

Como só há silêncio e tristeza!...

Assim é na palhota que habito!...

Já nem oiço na várzea um só grito!

Só vejo gente que chora e reza!...

 

Que saudades que eu tenho dos jogos

Da minha aldeia agora deserta!...

O "la o-rao", que a memória esperta,

Co' as pocinhas na terra, ora a fogos

 

Mil sujeitas!... O caleio, também era

Jogo apreciado da pequenada

"Hana-caleio!..." De tudo já nada

Resta agora!... Só vejo essa fera

 

De garra adunca e dente aguçado

A rugir tão feroz que ninguém

A doma já, pois medo não tem

De um povo à fome, sem horta ou gado!

 

Menino, sou, mas sofro já tanto

Como se fora de muita idade

E co' a alma cheia só de maldade!...

Jesus, tem pena deste meu pranto!...

 

Jesus menino, dá-me alegria!...

Na minha terra é tudo tão triste!...

Gente tão má neste mundo existe?!...

Coisas assim tão ruins?!... Não sabia!...

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 A Poesia Eterna, por Marco Dias . Todos os direitos reservados.

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