A POESIA ETERNA

Por Marco Dias

JOAQUIM PESSOA

Biografia

 

Poesias Eternas

Passo a passo

Primeira canção em Lisboa

 

 

 

 

 

 

 

Passo a passo

 

A par e passo passo neste espaço

abrindo a largos golpes largos espaços

e passas nos meus passos passo a passo

repassas em abraços os meus braços.

A peso peso os passos quando piso

os traços com que traço e já trespasso

o passeio nos lenços que desfaço

em lassos laços quando passas

como um punhas perdido em plena praça

 

ANTOLOGIA POÉTICA, LITEXA, 1983, 2ª EDIÇÃO, P. 16

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Primeira canção em Lisboa

 

Em Lisboa é que nascem as gaivotas.

Que pena, meu amor, o mar não ser

um copo de água pura. De água para

a sede que em Lisboa eu vi nascer.

 

Em Lisboa. Capital do vento sul.

Coração do meu povo. A doer tanto

que a dor se tornou cor. E é azul

como a ganga dos homens do meu canto.

 

Em Lisboa a gente morre sem idade.

Devagar. Como se faz uma canção.

E há um pássaro que voa. É a saudade.

E uma janela aberta. O coração.

 

 

ANTOLOGIA POÉTICA, LITEXA, 1983, 2ª EDIÇÃO, P. 61

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