A POESIA ETERNA

Por Marco Dias

GOULART GOMES

Biografia

 

Poesias Eternas

Canyon

Todo Desejo

Trix Poemetos Tropi-Kais

 

 

 

 

   

 

 

 Canyon

 

Ocultos em tua blusa

Vejo mundos indomáveis

Promessas de coisas loucas

Desejos inconfessáveis

Nos picos dos teus montes

 

Nos montículos dos teus seios

Nos altos montes nevados

Brancura de doce enleio

 

Escalo com cúpidos olhos

No impossível das mãos

No anseio do desejo

Na loucura dos teus "nãos"

 

E sinto, a meio, que me perco

Que me perco, e não me acho

Não me acho no teu seio

Sei-o bem, acho-me abaixo

 

Doces montes, suíços alpes

Que se inclinam a irromper

O teu corpo, tua pele

Altos cumes de prazer

 

Na brancura do papel

Vejo pontos que emergem

Em tudo vejo teus seios

Brancos montes que me pedem

 

E os canyons do teu corpo

Percorro, com o toque da vista

Perdendo-me em teus labirintos

Querendo ser alpinista

 

Virgens montes, inexplorados

Altos picos, inatingíveis

Rolo por eles, embriagado

Em meus afãs, concuspicíveis.

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Todo Desejo

Canto pelas Almas Cinzentas

Cantemos por todas as guerras
por todas as feras
por todos os homens

Pelos aiatolás e husseins
por todos os kadafis
por todos os politburos
por todas as casas
brancas ou rosadas.
Façamos chegar nossas vozes
nossos prantos
pelas crianças que se perderam nos caminhos
dos desertos
cantemos pelos oásis
que não chegaram
pelas mães que padeceram
sem alcançarem os paraísos,
pelos homens que se foram pela paz

Elevemos nossas vozes
para que elas afundem os navios
e façam calar os sons estridentes
dos metais incandescentes.
Cantemos um canto indecente
para esconder nossas vergonhas,
cantemos um canto-tanque
mais forte que as correntes
mais leve que os aviões

Vamos cantar, de braços abertos
em cada praça de paz celestial
vamos cantar pelo napalm
pela menina nua que ainda chora na foto:
o tempo parou no Vietnã

Por favor, cantem!
pela bandeira fincada na lua
e pela de Iwo Jima
pelos cogumelos vaporosos
pelo Armagedon
pela dureza dos nossos rócheos corações
e pela sutileza das nossas vontades

Apaguemos as pegadas das botas
os emblemas das testas
as divisas dos ombros:
não existem guerras santas

Vamos abafar as vozes metálicas
das armas
as vozes microfônicas
dos cegos de alma
e no universo, sonar, uníssonos
o nosso canto de amor
à PAZ.

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Trix Poemetos Tropi-Kais

Lobo-e-Homem

uiva à noiva nua
minguante e cheia
ri-se e flutua...

Amargo

língua mãe do sabor
acre salobro ruim
nem só nós somos assim

Balada

madruga cerveja e voz
de caetano no deck
o luar e eu sem nós

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 A Poesia Eterna, por Marco Dias . Todos os direitos reservados.

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