GOULART GOMES
Biografia
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Poesias Eternas
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Ocultos
em tua blusa
Vejo
mundos indomáveis
Promessas
de coisas loucas
Desejos
inconfessáveis
Nos
picos dos teus montes
Nos
montículos dos teus seios
Nos
altos montes nevados
Brancura
de doce enleio
Escalo
com cúpidos olhos
No
impossível das mãos
No
anseio do desejo
Na
loucura dos teus "nãos"
E
sinto, a meio, que me perco
Que
me perco, e não me acho
Não
me acho no teu seio
Sei-o
bem, acho-me abaixo
Doces
montes, suíços alpes
Que
se inclinam a irromper
O
teu corpo, tua pele
Altos
cumes de prazer
Na
brancura do papel
Vejo
pontos que emergem
Em
tudo vejo teus seios
Brancos
montes que me pedem
E
os canyons do teu corpo
Percorro,
com o toque da vista
Perdendo-me
em teus labirintos
Querendo
ser alpinista
Virgens
montes, inexplorados
Altos
picos, inatingíveis
Rolo
por eles, embriagado
Em
meus afãs, concuspicíveis.
Canto
pelas Almas Cinzentas
Cantemos por todas as guerras
por todas as feras
por todos os homens
Pelos aiatolás e husseins
por todos os kadafis
por todos os politburos
por todas as casas
brancas ou rosadas.
Façamos chegar nossas vozes
nossos prantos
pelas crianças que se perderam nos caminhos
dos desertos
cantemos pelos oásis
que não chegaram
pelas mães que padeceram
sem alcançarem os paraísos,
pelos homens que se foram pela paz
Elevemos nossas vozes
para que elas afundem os navios
e façam calar os sons estridentes
dos metais incandescentes.
Cantemos um canto indecente
para esconder nossas vergonhas,
cantemos um canto-tanque
mais forte que as correntes
mais leve que os aviões
Vamos cantar, de braços abertos
em cada praça de paz celestial
vamos cantar pelo napalm
pela menina nua que ainda chora na foto:
o tempo parou no Vietnã
Por favor, cantem!
pela bandeira fincada na lua
e pela de Iwo Jima
pelos cogumelos vaporosos
pelo Armagedon
pela dureza dos nossos rócheos corações
e pela sutileza das nossas vontades
Apaguemos as pegadas das botas
os emblemas das testas
as divisas dos ombros:
não existem guerras santas
Vamos abafar as vozes metálicas
das armas
as vozes microfônicas
dos cegos de alma
e no universo, sonar, uníssonos
o nosso canto de amor
à PAZ.
Lobo-e-Homem
uiva
à noiva nua
minguante e cheia
ri-se e flutua...
Amargo
língua
mãe do sabor
acre salobro ruim
nem só nós somos assim
Balada
madruga
cerveja e voz
de caetano no deck
o luar e eu sem nós
A Poesia Eterna, por Marco Dias . Todos os direitos reservados.