A POESIA ETERNA

Por Marco Dias

FRANCISCO DE SAA

Biografia

Séc. XVI

 

Poesias Eternas

Cantiga

Outra Sua

 

 

 

 

 

 

 

Cantiga

 

Comigo me desavim,

vejo-m' em grande perigo,

nam posso viver comigo

nem posso fogir de mim.

 

Antes qu'este mal tevesse,

da outra gente fugia,

agora já fugiria

de mim, se de mim podesse.

Que cabo espero ou que fim

deste cuidado que sigo,

pois trago a mim comigo

tamanho inimigo de mim?

topo

 

 

 

Outra sua

 

Que remédio tomarei?

Pois tam certa a morta estaa

qu' a dor, que tal dor me daa,

se me segue, matar-m' -aa,

se me deixa, matar-m' -ei.

 

Nam é em poder humano

escusar-me jaa ninguem,

pois ela tomado tem

meu remedio e meu dano.

Senhora, onde me irei?

Pois onde quer que me vaa

tem certa esta morte estaa

que convosco matar-m' -aa

e sem vós nam vivirei.

topo

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