DOM
TOMÁS DE NORONHA
Biografia
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Poesias Eternas
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Soneto glosado
Quão doce é a um firme namorado
um fingido fugir da doce dama,
um dizer que não quer ir para a cama,
um não sejais, senhor, tão malcriado!
um ai que nos ouviram! que é pecado!
um ai que minha Mãe ouviu e chama!
um ai de mim, que perco honra e fama!
um não sejais, senhor, tão porfiado!
Quão doce é um suar a curvar coxas!
um dar lugar a tudo, de cansada;
um lembrai-vos, senhor, qual me deixais!
um encobrir, chorosa, as nódoas roxas;
um despedir-se, em lágrimas banhada;
contemple-o quem chegar a tempos tais!
in,
Antologia de Poesia Portuguesa Erótica e Satírica
A Poesia Eterna, por Marco Dias . Todos os direitos reservados.