ANTÓNIO
SIMÕES
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Poesias Eternas |
Tocas
na pedra
e
sentes na ponta dos dedos
a
parede fria do tempo -
ali,
dura, inexorável;
teu
corpo estremece
é
então que em tua alma
começa
a bater as asas
um
pássaro de asas cálidas;
é
um murmúrio de vento,
um
canto de menino que ouves agora -
e
a pedra fica quente
como
os pães acabados de sair do forno
nas
tardes da tua infância
e
abre-se em fatias de luz.
música
não, agora -
nem
vozes,
nem
canto de pássaros ou pessoas,
nem
o segredar do vento,
nem
a raiva que em rajadas dementes
desce
dos olhos irados dos homens
do
meu tempo -
só
quero que o silêncio das pedras
me
ensurdeça sempre.
pé
ante pé,
pedra
ante pedra,
palavra
ante palavra,
minha
alma percorre perplexa
o
pântano desta página,
enquanto
tece a teia do poema
e
traça o caminho
da
(incessante) viagem,
fingindo
não saber
que
fica no infinito a outra margem.
A Poesia Eterna, por Marco Dias . Todos os direitos reservados.