A POESIA ETERNA

Por Marco Dias

ANTÓNIO REIS

Biografia

Poesias Eternas

Poemas Quotidianos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Poemas Quotidianos

 

como o sol

como a noite

 

como a vontade de comer

e o sono

 

como as preocupações

e o amor

 

e porque saio à rua

e trabalho

diariamente

 

Aos domingos

aos domingos o golo no estádio

chega até minha casa

e até ao mar

 

O próprio sol

é uma imagem de couro no espaço

 

a chuva

é uma imagem de redes batidas

 

Ah Que fazer

senão esperar pela semana

 

dormindo

 

O mesmo pensamento

a mesma ira

 

Para que serve a mão

Perde o sentido o próprio sofrimento

 

o coração

a lira

 

Desde quando amor

este segredo

de me vestir sem luz

sabendo que não dormes

 

atento a um ruído

mais claro

 

a um sorriso

e a uma lágrima

parada

 

Bate coração

no peito que te guarda

 

lâmpada

suspensa

 

fruto com cadência

 

estrela

em rotação pelos telhados

 

Bate coração

 

até as sombras se alongarem pelos braços

 

 

in, Poemas Quotidianos, 1967

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 A Poesia Eterna, por Marco Dias . Todos os direitos reservados.

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