A POESIA ETERNA

Por Marco Dias

ANTÓNIO MARIA LISBOA  

Biografia

Poesias Eternas

Vírgula

Que Pensar destes Poemas

 

 

 

 

 

 

Vírgula

 

Eu menino às onze horas e trinta minutos

a procurar o dia em que não te fale

feito de resistências e ameaças - Este mundo

compreende tanto no meio em que vive

tanto no que devemos pensar.

 

A experiência o contrário da raiz originária aliás

demasiado formal para que se possa acreditar

no mais rigoroso sentido da palavra.

 

Tanta metafísica eu e tu

que já não acreditamos como antes

diferentes daquilo que entendem os filósofos

- constitui uma realidade

que não consegue dominar (nem ele próprio)

as forças primitivas

quando já se tem pretendido ordens à vida humana

em conflito com outras surge agora

a necessidade dos Oásis Perdidos.

 

E vistas assim as coisas fragmentariamente é certo

e a custo na imensidão da desordem

a que terão de ser constantemente arrancadas

- são da máxima importância as Velhas Concepções

pois

a cada momento corremos grandes riscos

desconcertantes e de sinistra estranheza.

 

Resulta isto dum olhar rápido sobre a cidade descontente

E abstraindo dos versos que neste poema se referem

vemos que ninguém até hoje se apossou do homem

como frágil véu que nos separa vedados e proibidos.

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Que Pensar destes Poemas

 

Que pensar destes poemas: mundo sem classificações, esquemas, meios diversos e opostos de ser e conhecer, de se comportar e fazer comportar, de amar e ser amado, pulverizando as escalas, aparências, arbitrariedades dialécticas do Bem e do Mal, da sua reversibilidade, da sua interconexão? - Porque funde num só corpo: porque contém a Lei e contém o que destrói a Lei, é o Paradoxo a forma do Saber Oculto.

 

A VERTICALIDADE E A CHAVE, LÍRICAS PORTUGUESAS, PORTUGÁLIA EDITORA, P. 483

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