ANTÓNIO
MARIA LISBOA
Biografia |
Poesias Eternas |
Eu
menino às onze horas e trinta minutos
a
procurar o dia em que não te fale
feito
de resistências e ameaças - Este mundo
compreende
tanto no meio em que vive
tanto
no que devemos pensar.
A
experiência o contrário da raiz originária aliás
demasiado
formal para que se possa acreditar
no
mais rigoroso sentido da palavra.
Tanta
metafísica eu e tu
que
já não acreditamos como antes
diferentes
daquilo que entendem os filósofos
-
constitui uma realidade
que
não consegue dominar (nem ele próprio)
as
forças primitivas
quando
já se tem pretendido ordens à vida humana
em
conflito com outras surge agora
a
necessidade dos Oásis Perdidos.
E
vistas assim as coisas fragmentariamente é certo
e
a custo na imensidão da desordem
a
que terão de ser constantemente arrancadas
-
são da máxima importância as Velhas Concepções
pois
a
cada momento corremos grandes riscos
desconcertantes
e de sinistra estranheza.
Resulta
isto dum olhar rápido sobre a cidade descontente
E
abstraindo dos versos que neste poema se referem
vemos
que ninguém até hoje se apossou do homem
como
frágil véu que nos separa vedados e proibidos.
Que pensar destes
poemas: mundo sem classificações, esquemas, meios diversos e opostos de ser e
conhecer, de se comportar e fazer comportar, de amar e ser amado, pulverizando
as escalas, aparências, arbitrariedades dialécticas do Bem e do Mal, da sua
reversibilidade, da sua interconexão? - Porque funde num só corpo: porque contém
a Lei e contém o que destrói a Lei, é o Paradoxo a forma do Saber Oculto.
A
VERTICALIDADE E A CHAVE, LÍRICAS
PORTUGUESAS, PORTUGÁLIA EDITORA, P. 483
A Poesia Eterna, por Marco Dias . Todos os direitos reservados.