A POESIA ETERNA

Por Marco Dias

ANTÓNIO LOPES RIBEIRO

Biografia

Poesias Eternas

A Procissão de Sarah Affonso

 

 

 

 

 

 

Procissão

 

Tocam os sinos da torre da igreja,

Há rosmaninho e alecrim pelo chão.

Na nossa aldeia que Deus a proteja!

Vai passando a Procissão.

 

Mesmo na frente, marchando a compasso,

De fardas novas, vem o solidó.

Quando o regente lhe acena com o braço,

Logo o trombone faz popó, popó.

 

Olha os bombeiros, tão bem alinhados!

Que se houver fogo vai tudo num fole.

Trazem ao ombro brilhantes machados,

E os capacetes rebrilham ao sol.

 

Tocam os sinos na torre da igreja,

Há rosmaninho e alecrim pelo chão.

Na nossa aldeia que Deus a proteja!

Vai passando a procissão.

 

Olha os irmãos da nossa confraria!

Muito solenes nas opas vermelhas!

Ninguém supôs que nesta aldeia havia

Tantos bigodes e tais sobrancelhas!

 

Qi, que bonitos que vão os anjinhos!

Com que cuidado os vestiram em casa!

Um deles leva a coroa de espinhos.

E o mais pequeno perdeu uma asa!

 

Tocam os sinos na torre da igreja,

Há rosmaninho e alecrim pelo chão.

Na nossa aldeia que Deus a proteja!

Vai passando a Procissão.

 

Pelas janelas, as mães e as filhas,

As colchas ricas, formando troféu.

E os lindos rostos, por trás das mantilhas,

Parecem anjos que vieram do Céu!

 

Com o calor, o Prior aflito.

E o povo ajoelha ao passar o andor.

Não há na aldeia nada mais bonito

Que estes passeios de Nosso Senhor!

 

Tocam os sinos na torre da igreja,

Há rosmaninho e alecrim pelo chão.

Na nossa aldeia que Deus a proteja!

Já passou a Procissão.

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 A Poesia Eterna, por Marco Dias . Todos os direitos reservados.

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