A POESIA ETERNA

Por Marco Dias

ANTÓNIO FERREIRA

Biografia

Poesias Eternas

 Soneto

 

 

 

 

 

 

 

 

Soneto

 

Aquele claro sol, que me mostrava

o caminho do céu, mais chão, mais certo

e com seu novo raio ao longe e ao perto

toda a sombra mortal me afugentava,

 

deixou a prisão triste em que cá estava.

E fiquei cego, e só c'o passo incerto,

perdido peregrino no deserto

a que faltou o guia que o levava,

 

assi co'sprito triste, o juízo escuro

suas santas pisadas vou buscando

por vales e por campos e por montes.

 

Em toda a parte a vejo e a figuro,

ela me toma a mão e vai guiando,

e meus olhos a seguem feitos fontes.

 

SONETOS PORTUGUESES, LELLO & IRMÃOS - EDITORES, 1995, P.19

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