Biografia
António Joaquim de Castro Feijó nasceu em Ponte de Lima, em
1859 e faleceu em Estocolmo, em 1917.
Estudou em Braga e mais tarde em Coimbra, na Faculdade de
Direito. Foi diplomata no Brasil e na Suécia.
A sua primeira obra Transfigurações, data de 1882.
Colaborou com produções suas em várias publicações nacionais
nomeadamente Revista de Coimbra, Diário da Manhã, Novidades, Arte, Folha Nova,
Evolução e Correspondência de Coimbra.
Considerado por muitos como um dos mais autênticos poetas
portugueses parnasianos da geração de 80, cuja obra anuncia o Modernismo na
poesia portuguesa. As temáticas da sua obra relacionam-se com a morte, nas
quais é possível vislumbrar um certo desencanto, decadência, mágoa e
pessimismo.
Obra:
Poesia
Transfigurações , 1882
Líricas e Bucólicas , 1884
Janela do Ocidente , 1885
Ilha dos Amores , 1897
Bailatas , 1907
Sol de Inverno , 1922
Novas Bailatas , 1926
Cancioneiro Chinês , 1890
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Poesias Eternas
Pálida
e Loira
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Pálida e Loira
Morreu. Deitada num caixão estreito,
pálida e loira, muito loira e fria,
o seu lábio tristíssimo sorria
como num sonho virginal desfeito.
Lírio que murcha ao despontar do dia,
foi descansar no derradeiro leito,
as mãos de neve erguidas, sobre o peito,
pálida e loira, muito loira e fria.
Tinha a cor da raínha das baladas
e das monjas antigas maceradas
no pequenino esquife em que dormia.
Levou-a a morte em sua garra adunca,
e eu nunca mais pude esquecê-la, nunca!
pálida e loira, muito loira e fria.
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