A POESIA ETERNA

 

Por Marco Dias

 

ALEXANDRE DÁSKALOS

Biografia

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Carta

 

 

 

Carta




Jesus Cristo Jesus Cristo

Jesus Cristo, meu irmão

Sou fio dos pais da terra

Tenho corpo p'ra sofrer

Boca Para gritar

E comer o que comer

Os meus pés que vão

No chão

Minhas mãos são de trabalho

Em coisas que eu não sei

E não tenho nem apalpo

Trabalho que fica jeito

Para o branco me dizer

"Obra de preto sem jeito"

E minha cubata ficou

Aberta à chuva e ao vento

Vivo ali tão nu e pobre

Magrinho como o pirão

Meus fios saltam na rua

Joga o rapa sai ladrão

Preto ladrão sem imposto

Leva porrada nas mãos

Vai na rusga trabalhar

Se é da terra vai para o mar

Larga a lavra deixa os bois

Morre os bois ... e depois?

Se é caçador de palanca

Se é caçador de leão

Isso não faz mal nenhum

Lança as redes no mar

Não sai leão sai atum ...

Jesus Cristo Jesus Cristo

Jesus Cristo meu irmão

Sou fio dos pai da terra

Um pouco de coração

De coração e perdão

Jesus Cristo meu irmão.

 

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 A Poesia Eterna, por Marco Dias . Todos os direitos reservados.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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