A POESIA ETERNA

Por Marco Dias

AFONSO LOPES VIEIRA

Biografia

 

Poesias Eternas

Cavaleiro do Cavalo de Pau 

Flores do Verde Pinho

 

 

 

 

Flores do Verde Pinho

 

Ó meu jardim de saudades,

Verde catedral marinha,

E cuja reza caminha

Pelas reboantes naves...

 

Ai flores do verde pinho,

Dizei que novas sabedes

Da minha alma, cujas sedes

Ma perderam no caminho!

 

Revejo-te e venho exangue;

Acolhe-me com piedade,

Longo jardim da saudade

Que me puseste no sangue.

 

Ai flores do verde ramo,

Dizei que novas sabedes

Da minha alma, cujas sedes

Ma alongaram do que eu amo!

 

- A tua alma em mim existe,

E anda no aroma das flores,

Que te falam dos amores

De tudo o que é lindo e triste.

 

A tua alma, com carinho,

Eu guardo-a, e deito-a, a cantar,

Das flores do verde pinho

- Àquelas ondas do mar. 7, 99

PAÍS LILÁS, DESTERRO AZUL, LÍRICAS PORTUGUESAS, PORTUGÁLIA EDITORA, 3ª SÉRIE, PAG. 125

 

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Cavaleiro do Cavalo de Pau

 

Vai a galope o cavaleiro e sem cessar

Galopando no ar sem mudar de lugar.

 

E galopa galopa e galopa, parado,

E galopa sem fim nas tábuas do sobrado.

 

Oh! que bravo corcel, que doidas galopadas,

- Crinas de estopa ao vento, e as narainas pintadas!

 

Em curvas pelo ar, em velozes carreiras,

O cavalo de pau é o terror das cadeiras!

 

E o cavaleiro nunca muda de lugar,

A galopar a galopar a galopar!

 

POESIAS SOBRE AS "CENAS INFANTIS" DE SCHUMANN, LÍRICAS PORTUGUESAS, PORTUGÁLIA EDITORA, PAG. 125

 

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 A Poesia Eterna, por Marco Dias . Todos os direitos reservados.

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