AFONSO
DUARTE
Biografia |
Poesias Eternas |
Eu
hei-de despedir-me desta lida,
Rosas?
- Árvores! hei-de abrir-vos covas
E
deixar-vos ainda quando novas?
Eu
posso lá morrer, terra florida!
A
palavra de adeus é a mais sentida
Deste
meu coração cheio de trovas...
Só
bens me dê o céu! eu tenho provas
Que
não há bem que pague o desta vida.
E
os cravos, manjerico, e limonete,
Oh!
que perfume dão às raparigas!
Que
lindos são nos seios do corpete!
Como
és, nuvem dos céus, água do mar,
Flores
que eu trato, rosas e cantigas,
Cá,
do outro mundo, me fareis voltar.
A
Cecília Meireles
Desterro
dos desterrados,
Meu
coração é estepa delicada:
E
meu cabelo neva
Sem
Pátria, minha amada
Minha
amada.
Vou
como ovelha tresmalhada
Que
viu lobo,
Homem
do povo, homem do povo
Que
chora em sua Pátria amada.
Sem
nada, sem nada.
Sinto-me
velho já do meu cansaço;
Sou
como o pobre que trabalha a terra
Com
o seu braço.
Meu
coração é estepa delicada
E
a minha alma é louca:
Ah!
o heroísmo de cavar a terra
Sem
o pão nosso cada dia para a boca!
A Poesia Eterna, por Marco Dias . Todos os direitos reservados.