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Ficus pumila (hera)

Hera

Nome científico: Ficus pumila L.

Nome popular: hera-miúda

Família Botânica: Moraceae

Trepadeira lenhosa de caules numerosos e delicados, muito ramificados e aderentes às paredes pelas suas abundantes raízes adventícias. Folhas alternas, sendo as dos ramos jovens subsésseis e menores, largo-ovaladas cordiformes na base; as dos ramos adultos ou floríferos são pecioladas, elípticas e coriáceas. Futos em forma de figos ovóides.

O gênero Ficus consiste de mais de 850 espécies, e está predominantemente distribuído em áreas tropicais e subtropicais. O potencial anti-helmíntico do látex presente nas espécies deste gênero é freqüentemente relatado na literatura, sendo esta propriedade resultante da presença de uma enzima proteolítica de baixa toxicidade para mamíferos, denominada ficina (Gaughran, 1976; Perelló et al., 2000).

A espécie F. pumila é nativa na China, Japão e Formosa e foi largamente difundida por todo o mundo devido ao seu aspecto ornamental. Para esta espécie os casos de intoxicações relatados na literatura estão restritos ao contato do látex com a pele ou uso tópico do mesmo no tratamento de verrugas (Massmanian, 1995). Esta aplicação do látex traz graves conseqüências para a pele, caracterizadas por ulceração intensa. O caso relatado no Hospital das Clinicas de Ribeirão Preto teve como vítima uma criança de nove meses de idade. Ela ingeriu parte de uma folha da planta, e reagiu imediatamente à presença da folha na boca chorando e com salivação abundante. O exame mostrou leve irritação na mucosa oral, sem maiores complicações.

Um estudo morfológico da folha foi realizado neste trabalho para averiguar a possível presença de agentes mecânicos que pudessem ter provocado o desconforto sentido pela criança. Os cortes histológicos mostraram a presença de uma grande quantidade de cristais triangulares e drusas. Testes realizados confirmaram que estes cristais são formados por oxalato de cálcio. Não é muito provável que tais cristais tenham promovido algum tipo de injúria mecânica, dada a regularidade de suas formas, as quais não apresentam superfícies cortantes capazes de perfurar as mucosas.

Como dito anteriormente, os casos de intoxicação por esta espécie estão raramente relatados na literatura, e os poucos que existem fazem menção a fotodermatites causadas pelo contato da planta com a pele. Apenas um trabalho, o de Paulsen et al. (1998), analisa os sintomas causados na mucosa oral por F. pumila L., juntamente com 33 outras plantas de diversas famílias. Os autores relatam que, a cada três pacientes testados, um apresentou reação positiva ao contato do látex desta espécie. Os sintomas apresentados foram leve irritação urticária na pele e da mucosa oral, sem a liberação de histamina.

Pistelli et al. (2000), num estudo detalhado da constituição química das folhas desta planta, constataram a presença de grandes quantidades de furanocumarinas, cumarinas e alguns terpenóides. A maioria das cumarinas, especialmente as furanocumarinas, absorve fortemente a radiação ultravioleta e, por isso, são altamente reativas sob a incidência da luz. Após absorver um fóton, as furanocumarinas formam um estado excitado que pode reagir com bases pirimídicas ou com o oxigênio no estado fundamental. Disso resulta a formação de oxirradicais tóxicos, os quais podem reagir com DNA, RNA, proteínas e lipídios, ocasionando injúrias nas células que entram em contato com estas substâncias (Kuster & Rocha, 2001).

A manifestação mais comum da toxicidade das cumarinas em mamíferos é a fitodermatite, uma reação epidérmica caracterizada por erupções, hiperpigmentação, eritema e formação de vesículas. As furanocumarinas podem prejudicar a pele por contato direto com os vegetais que as contêm ou por ingestão. A reação de fotoxicidade depende da concentração dos componentes cumarínicos presentes no vegetal em questão e também da hipersensibilidade individual (Daiwara & Trumble, 1997 apud Kuster & Rocha, 2001).

Devido ao exposto acima, pode-se supor que a reação causada na mucosa oral da paciente atendida no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto tenha sido desenvolvida pela ação das furanocumarinas presentes nas folhas da planta. O tratamento foi apenas sintomático para aliviar o desconforto da paciente.

Referências Bibliográficas Página Principal Lista de Plantas Tóxicas

Rejane Barbosa de Oliveira
site: http://br.geocities.com/plantastoxicas

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