�lvaro de Campos





Engenheiro naval "franzino e civilizado", o mais fecundo e vers�til heter�nimo de Fernando Pessoa, � tamb�m o mais nervoso e emotivo, que por vezes vai at� � histeria.
Com algumas composi��es iniciais que algo devem ao Decadentismo, �lvaro de Campos �, sobretudo, o futurista da exalta��o da energia , da velocidade e da for�a da civiliza��o mec�nica do futuro, patentes na "Ode Triunfal".
� o sensacionalista que pretende "sentir tudo de todas as maneiras", ultrapassar a fragmentaridade numa "histeria de sensa��es".
�lvaro de Campos nasceu em 15 de outubro de 1889.
Engenheiro, inquieto e sensacionista, representa a parte mais audaciosa a que Pessoa se permitiu, atrav�s das experi�ncias mais barulhentas do futurismo portugu�s, inclusive com algumas investidas no campo da a��o pol�tico-social.
Para tanto, fez a ado��o do cotidiano atrav�s do versilibrismo, integrando-se � civiliza��o da m�quina com o dinamismo e a inquietude do p�s-guerra (la guerra).
Essa atitude comprova a sua consci�ncia moderna do fazer art�stico, preocupada com o existencial, e, principalmente, com o aproveitamento do que � poss�vel de se extrair da emo��o.
A trajet�ria po�tica de �lvaro de Campos est� compreendida em tr�s fases.
A primeira, da morbidez e do torpor, � a fase do "Opi�rio", oferecido a M�rio de S�-Carneiro e escrito enquanto navegava pelo Canal do Suez, em mar�o de 1914.
A segunda fase, mais mecanicista e Whitmaniana, � onde o Futurismo italiano mais transparece num aclimatamento em terras de Portugal. Nessa fase, Campos seria, "Um Whitman com um poeta grego dentro.
Pois Pessoa o coloca numa dupla seq��ncia: a de uma arte orientada pelo ideal grego e a dos cantores de hinos a civiliza��o moderna e sensa��es por ela provocadas."
� nessa fase onde a sensa��o � mais intelectualizada.
A terceira fase, do sono e do cansa�o, aquela que, apesar de trazer alguma colora��o surrealista e dionis�aca, � mais moderna e equilibrada se apresenta.
� nessa fase em que se enquadram: "Lisbon Revisited" (l923), "Apontamento", "Poema em Linha Reta" e "Anivers�rio", que trazem, respectivamente, como caracter�sticas, o inconformismo, a consci�ncia da fragilidade humana, o desprezo ao suposto mito do hero�smo e o enternecimento memorialista.
O que se constata, finalmente, � que �lvaro de Campos, a despeito de intelectualizar as sensa��es e apresentar laivos surrealistas, � a personalidade pessoana que mais se aproximou de uma poesia realista, e, tamb�m, quem mais foi marcado pelos caracteres da modernidade.



Pecado Original

S� � bom o que melhora o ser humano!!!Leia bons livros!



Voltar

1