Alberto Caeiro




�Nascido em maio de 1914 e mestre de todos os heter�nimos�, Alberto Caeiro � o poeta que foge para o campo, tentando viver em absoluta depura��o, como as flores, os regatos, os prados, etc. os quais obviamente s�o incapazes de refletir e questionar o mundo. Portanto, s�o felizes em sua pr�pria inconsci�ncia.
Caeiro admira a Natureza e busca atingir a mesma impassibilidade dos elementos naturais.
Para este heter�nimo o mundo n�o encerra mist�rios: Deus, metaf�sica, �sentido �ltimo das coisas�, nada disso importa, as coisas s�o apenas as coisas.
E � esta realidade pura, sem s�mbolos de qualquer esp�cie, que constitui o alvo de sua cria��o po�tica, como se v� no fragmento do poema V de O Guardador de Rebanhos:


H� metaf�sica bastante em n�o pensar em nada.
O que penso eu do mundo?
Sei l� o que penso do mundo!
Se eu adoecesse pensaria nisso.
Que id�ia tenho eu das cousas?
Que opini�o tenho sobre as causas e os efeitos?
Que tenho eu meditado sobre Deus e a alma
E sobre a cria��o do Mundo?
O mist�rio das cousas? Sei l� o que � mist�rio!
O �nico mist�rio � haver quem pense no mist�rio. [�]
Metaf�sica? Que metaf�sica t�m aquelas �rvores?
A de serem verdes e copadas e de terem ramos
E a de dar fruto na sua hora, o que n�o nos faz pensar,
A n�s, que n�o sabemos dar por elas.
Mas que melhor metaf�sica que a delas,
Que � a de n�o saber para que vivem
Nem saber que o n�o sabem?
�Constitui��o �ntima das cousas��
�Sentido �ntimo do Universo��
Tudo isto � falso, tudo isto n�o quer dizer nada. [�]
Pensar no sentido �ntimo das cousas
� acrescentado, como pensar na sa�de
Ou levar um copo � �gua das fontes.
O �nico sentido �ntimo das cousas
� elas n�o terem sentido �ntimo nenhum.

O Meu Olhar

Ao Entardecer

S� � bom o que melhora o ser humano!!!Leia bons livros e ou�a boas m�sicas!


Voltar

1