***FERNANDO PESSOA***

"As vezes ouço passar o vento;
e só de ouvir o vento passar,
vale a pena ter nascido."
(Fernando Pessoa)

"Peguei no meu coração e pu-lo na minha mão,
Olhei-o como quem olha grãos de areia ou uma folha.
Olhei-o pávido e absorto como quem sabe estar morto;
Com a alma só comovida do sonho e pouco da vida"
width="350" height="306" alt="só é bom o que melhora o ser humano!...">

Ortônimo - Ele Mesmo (188/1935)



"Há sem dúvida quem ame o infinito."


O ortônimo escreveu Mensagem, em 1935, onde se revela nacionalista místico. Também escreveu "Quinto Império", onde transparece seu sonho sebastianista e monarquista. Escreveu ainda "Cancioneiro", onde se apresenta lírico e desencantado; "Poemas Dramáticos"; e 35 Sonetos, onde se revela ocultista, abúlico, amante do mistério.
Através da poética, revela-se dialético, ao exercer, ao exercer a intelectualização da sensação; paúlico, quando trabalha um simbolismo lúcido e consciente, um passo à frente do saudosismo; interseccionista, quando aperfeiçoa mais o simbolismo através da subjetividade excessiva, da síntese elevada ao máximo e através do exagero da atitude estática e da mescla de sensações; lúcido, e angustiado por ser lúcido; e Platônico: Cultivador do vago, do complexo e do sutil. Mais que os heterônimos, o ortônimo tem uma atitude perspicaz de ver as coisas.
Também tende para o gosto pelo que é maneirista, conceptista, pelo uso do paradoxo, daí apresentar-se tradicional e moderno ao mesmo tempo.
Segundo o Professor Linhares Filho, as duas principais características da sua modernidade seriam: a consciência do fazer artístico e a prevalência do apolíneo sobre o dionisíaco, no elaborar-se poético.
Sensacionista, o ortônimo nos mostra como sentir a paisagem, pois, para ele, todo objetivo é uma sensação nossa, toda arte é conversão da sensação em objeto, toda arte é conversão da sensação em sensação.
O próprio Pessoa apresenta cinco condições ou qualidades para entender os símbolos do ortônimo: a simpatia, a intuição, a inteligência, a compreensão e a graça. Depois conclui que:

"Todo estado de alma é uma paisagem.
Uma tristeza é um lago morto dentro de nós.
Assim, tendo nós, ao mesmo tempo, consciência do exterior
e do nosso espírito, e sendo nosso espírito uma paisagem,
temos ao mesmo tempo consciência de duas paisagens."


Como se vê, um espírito tão rico e até paradoxal como o de Pessoa não podia se resumir numa só personalidade. Daí o surgimento de muitos heterônimos, principalmente o de Ricardo Reis, Alberto Caeiro e Álvaro de Campos.


Autopsicografia

Isto

Abdicação

Sonho. Não Sei Quem Sou


Só é bom o que melhora o ser humano!!!Leia bons livros!



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