Aécio Zózimo Bustamante

Aécio Zózimo Bustamante

Sobre...

Aécio Zózimo Bustamante nasceu em Itanhandú,em 15 de outubro de 1935,mas sempre se considerou um
pedralvense,pois nas suas próprias palavras: "pedralvense é todo aquele que nasceu em Pedralva, ou morou em Pedralva ou tem Pedralva morando em seu coração".Filho de Amélia e Belmiro, sua vida começou um tanto quanto trágica:perdeu o pai aos 2 anos 3 meses e foi trazido para Pedralva pelo titio (Chico Macedo). Sempre teve o dom de ver o lado bom da vida e isto certamente atraiu coisas boas e positivas. Lembro-me, ainda criança, papai dizendo pra gente:  - Quando nasci, Deus botou o dedão Dele na minha cabeça e disse: "No começo, vou te dar um aperto! Mas depois vai ser só alegria!!"
Tudo é motivo pra risos...
Emoções afloradas...
Poesia que jorra...
Inspirações permanentes...
Só o conhecendo bem pra saber o que estou dizendo. Um simples arroz com feijão e carne moída é motivo pra uma exclamação entusiasmada!-Que delícia!! Ele é um poeta nato,autodidata,um filósofo,um educador! Enfrenta os problemas da vida com fé e sem dramas! É como ele sempre diz:"Jogo é jogado,lambari é pescado! E guerra é guerra!!!"

Um apaixonado pela vida e por sua Tarégia!!!

Thais (sua filha)

Visões do mundo        (Itajubá, MG, 2000)

 O cientista vê o mundo
Através da linguagem elaborada
De teorias relativistas, quânticas,
Morfogenéticas e, neste esforço de grandeza,
Sofiscadamente, busca descrever a natureza.
 
O artista vê o mundo
Na sublimação de seus complexos:
Telas impressionistas, sinfonias, poesias,
Arquiteturas cúbicas; e no extravasamento da beleza,
Emocionadamente, tenta sentir a natureza.
 
O místico vê o mundo
Na introspecção do seu eu
Como também pelos livros sagrados: Bíblia,
Vedas, alcorão; e nestas revelações da certeza,
Inspiradamente, diviniza a natureza.
 
Meu coração vê o mundo
Pelos olhos do encantamento:
Lembranças enternecidas, sonhos, expectativas,
Vão formando meu presente, e entre duvidas e incerteza,
Insistentemente, quer somente desfrutar a natureza.
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O monstro   (1997)
 
Existe alguém dentro de mim,
Adormecido nas entranhas,
Que ao despertar, desperta enfim
Terror, pavor, coisas estranhas.
 
Este alguém, que não conheço,
Pois quando está, eu não estou,
Da embriaguez  de que padeço,
Somente é, se não me sou...
 
Magoando sempre quem mais quero,
Rasgando as leis que mais defendo,
É o renascer do doido Nero,

Tento matar tão vil ofídio,
Mas forte instinto o defendendo,
Sempre me diz: Isto é suicídio.

Amor verdade     (Itajubá, MG, 2001)
 
Ainda que teus olhos não brilhassem
Como da vez primeira em que te vi...
Ainda que de tuas mãos faltassem
Os carinhos com os quais sobrevivi...
 
Ainda que teu corpo envelhecesse
Encurvado, falaz, enfraquecido
E outros, jovens, com ele concorressem
Na  certeza de terem-no vencido...
 
Ainda que a memória te faltasse
E do meu ser jamais tu te lembrasses
Ainda assim, meu bem, eu te amaria.
 
Ainda assim teus beijos quereria
Porque sei que só tem felicidade
Quem encontrou no amor, o amor verdade.


Para esquecer-te           
            (1954)
 
Para esquecer-te, rasguei bravio
As tuas cartas, que tinha então,
Rasguei teu lenço, leve e macio,
O teu retrato... Lancei ao chão...
 
Para esquecer-te, em noites de frio,
Perdi meus sonos todos em vão,
Perdi minh’alma, perdi meu brio,
Perdi do mundo, toda ilusão...
 
Para esquecer-te, vivo chorando,
Vivo nas ruas, cambaleando,
Ma mais efêmera boemia... 

Para esquecer-te, me fiz poeta,
Mas o verso só se completa
Quanto é teu nome que o principia.

 

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Evolução de Tarégia
                        (1953)

O seu nome Teresinha,
O seu nome que vulgar,
Tem histórias de rainha,
Com origens d’além mar...
   
Foi nos séculos passados,
Na Germânia sepultada,
Que nasceu dos namorados,
A palavra idolatrada...
   
E Tarégia dominava,
Os germânicos de amor,
Pois seu nome os inspirava,
Belos versos a compor...
   
Cresce Roma esplendorosa,
Da Europa se assenhora,
Mas seu nome a invejosa,
Aos germânicos implora...

E Terésia dominava
Os romanos de paixão,
Pois seu nome acariaciava
Os ateus sem coração...
   
Portugal se faz doutor
No idioma que criou,
E o seu nome, sem temor,
De feroz Roma furtou...
   
E Teresa dominava
Portugal dos navegantes
Pois seu nome já expressava
As conquistas mais brilhantes.
   
Surge altivo um novo mundo,
Onde o céu é cor de anil,
Onde o campo é mais fecundo,
Onde o povo é varonil...

Esse mundo, um poema,
Onde vive Jeová,
Onde chora a seriema,
Onde canta o sabiá...
   
Esse mundo prometido
Onde há flores, muitas mil,
Esse mundo colorido,
Esse mundo que é o Brasil...
   
E o Brasil, grande poeta,
Traduziu por Teresinha,
A palavra predileta,
Por ornar uma quadrinha...
   
Teresinha ainda domina,
O Brasil apaixonado,
Pois seu nome que alucina,
É um soneto encantado.

E Tarégia – antiga musa –
E Terésia – antigo amor –
Transformou-se à língua lusa
Na Teresa, linda flor!...
   
Ao Brasil chegou pequena,
Porém grande na beleza,
Teresinha é açucena,
Flor provinda de Teresa.
   
Após tanta evolução,
O seu nome não parou.
E ao meu pobre coração
Em querida transformou...
   
E querida ainda domina,
Este pobre coração,
Pois seu nome de menina
Afogou-me na paixão...

 

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