Massada (em hebraico,
"fortaleza"), foi eregida por Herodes, o
Grande, no ano 36 a.C. e tornou-se o palco de uma das
mais trágicas e memoráveis batalhas pela independência
do povo judeu contra o imperialismo romano. Sua queda, no
ano 73 da Era Cristã, marcou o fim da independência
judia, somente recuperada dezenove séculos depois, no
ano de 1948.
Trata-se, na realidade, de
uma fortificação eregida no alto de uma imensa
rocha, cuja planície superior tem cerca de 8
hectares (80.000 m2). A muralha exterior, segundo
Josefo, tinha sete estádios (1.260 m) de
comprimento por doze côvados (5,40 m) de altura
e oito côvados (4,00 m) de largura. |
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Segundo a tradição, foi Jonas
Macabeu o primeiro a construir uma fortaleza em Massada.
Herodes instalou-se no lugar no ano 42 a.C. A
construção da muralha e de um palácio na esquina
noroeste foram suas primeiras obras.
Vista aérea da Fortaleza
de Massada, edificada sobre um planalto rochoso |
Diz-se que Herodes preparou
essa fortificação para tempos difíceis, como
forma de prevenir-se contra os dois grandes
temores que sempre assaltaram seu reinado: primeiro,
as constantes ameaças de rebelião e tomada do
trono pelos próprios judeus; segundo, o
crescente poderio de sua vizinha do sul, a rainha
Cleópatra, do Egito. |
Por
isso, mandou escavar enormes cavernas na rocha
(foto ao lado), para serem utilizadas como
reservatório das águas recolhidas na estação
chuvosa. Essas cisternas foram interligadas por
aqueodutos e canalizações que supriam o
abastecimento dos habitantes da fortaleza, como
também das salas de banho. |
Cisternas cavadas na rocha |
Salas de banho |
Após
a morte de Herodes, Massada foi entregue ao seu filho
Aquelau, que instalou ali um regimento romano, que se
manteve no local dos anos 6 ao 66 d.C.
Um
grupo de zelotes ocupou a fortaleza, de surpresa, no
início da Grande Revolta. A organização desse grupo
armado viabilizou uma série de lutas internas em
Jerusalém, sob a liderança de um certo Menajem.
Com
a morte desse líder, e a conquista e destruição de
Jerusalém pelos romanos (ano 70 d.C), seu neto Eliezer
Ben Iaír instalou-se com um grupo de patriotas na
fortaleza de Massada, determinados a continuar a
desesperada luta pela liberdade do seu povo.
Esse
último reduto da resistência foi motivo de forte ataque
dos legionários romanos, sob as ordens do lugar tenente
de Tito, Flavius Silva, que tomaram e incendiaram o
lugar.
Terraço inferior do
Palácio Norte |
Flávio
Josefo descreve assim o heróico epílogo de
Massada:
"Quando a
muralha interior ardeu, Eliezer convocou seus
homens e instou para que morresssem por suas
próprias mãos, antes que caíssem em mãos
inimigas... sortearam dez de entre si para
que matassem aos demais, os quais se reuniram
com suas mulheres e filhos, abraçando-os e
oferecendo seus pescoços àqueles a quem o
azar havia escolhido para executar tão
terrível missão. E, quando haviam, sem
medo, matado o resto, fizeram outro sorteio,
para eles mesmos: um mataria aos outros nove
e depois tiraria sua própria vida..."
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"Que
nossas mulheres morram sem haver sido manchadas;
que nossos filhos morram sem haver conhecido a
escravidão! ... perecemos, não por desejar;
mas porque, desde o princípio, optamos pela
morte antes de sermos feitos escravos."
(Trecho
do discurso de Eliezer Ben Iaír, aos seus
liderados, antes do suicídio em massa).
Massada tem sido, é e
sempre será um símbolo da resistência do povo
judeu, do seu profundo desejo de viver paz na
Terra de Israel...
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