Vida e Obra de Bernardo Guimarães
  poeta e romancista brasileiro [1825-1884 - biografia]

 
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Gente que BG conheceu
José Vieira Couto de Magalhães

Escritor mineiro, folclorista, nasceu em Diamantina, Minas Gerais no dia primeiro de novembro de 1837, e faleceu no dia 14 de setembro de 1898. Cursou o Seminário de Mariana e a Faculdade de Direito de São Paulo. Exerceu o cargo de Secretário do Governo de Minas Gerais entre 1860 e 1861. Foi Presidente das Províncias de Goiás Pará, Mato Grosso e São Paulo. Ao irromper a Guerra do Paraguai, foi designado à Presidência de Mato Grosso; impediu que da Bolívia viessem reforços para o Paraguai. Tendo os parguaios invadido Mato Grosso, foram derrotados por Couto Magalhães em Alegre e Corumbá. É o iniciador dos estudos folclóricos no Brasil. Ao ser proclamada a República no Brasil, preferiu permanecer no seu regime antigo, e afastou-se da política. No seu desempenho como Presidente do Mato Grosso, na ocasião da Guerra do Paraguai, foi homenageado com o título de Brigadeiro Honorário do Exército. Suas obras como escritor são: “Anchieta e as Linguas Indígenas”, “Viagens ao Araguaia”, “Os Guaianases ou a Fundação de São Paulo”, “Revolta de Felipe dos Santos em 1720” e o “Selvagem”, obra escrita a pedido de D. Pedro II para figurar na Exposição de Filadélfia em 1876. Seu nome era: José Vieira Couto de Magalhães.

Estava-se no liminar de 1863. Alguém bate à porta do velho solar do boêmio de Ouro Preto, em Catalão. Bernardo deixa o pinho, que dedilhava varrendo as mágoas, e vai abrir a porta. O visitante é o general José Vieira Couto de Magalhães, outro mineiro, este de Diamantina.

Couto de Magalhães por ali passava a caminho da capital goiana, onde, então, assumiria a presidência daquela província central, em substituição a João Bonifácio Gomes de Siqueira. Profundo admirador que era do poeta comprovinciano, pretendeu hospedar-se em casa do boêmio -- coisa de todo impossível, pois o escritor, que dormia numa velha rede, não dispunha de outra mobília além de um tamborete e uma pequena mesa. Não havia cama na casa, não podendo oferecer ao digno e ilustre Presidente a menor e mais modesta acomodação.

O hóspede, que chegava de estafante viagem, pediu logo água para saciar sua grande sede. Contam biógrafos e cronistas que Bernardo, depois de muito demorar-se no interior da casa, serviu a água ao eminente visitante num velhíssimo bule sem bico nem asa, enferrujada e já de cor indefinida, com o crifício, do qual saíra o bico, tapado com uma bolota de cera, amassada a dedos.

"Nessa emergência -- informa Felício Buarque no "Almanaque Alves" de 1917 -- o Dr. Couto de Magalhães resolveu hospedar-se em casa do Coronel Paranhos, que, desde muito,  se havia preparado para esse fim". Esse episódio teve a confirmação do provecto general.

José Vieira Couto de Magalhães nasceu em 01 de novembro de 1837, filho do capitão Antônio Carlos de Magalhães e Tereza Antônia do Prado Vieira Couto. 

Saindo de Minas, foi complementar seus estudos em São Paulo, matriculando-se na Academia de Direito enquanto lecionava filosofia no Mosteiro de São Bento, onde teve como aluno, Prudente de Morais. Escritor poliglota, escreveu vários livros e homem de grande valor, exerceu, antes dos 31 anos, importantes cargos no império como as presidências das províncias de Goiás, Pará e Mato Grosso. Foi herói na Guerra do Paraguai, durante a qual, como presidente do Mato Grosso, reconquistou Corumbá. O governo ofereceu-lhe, por sua bravura, o título de Barão de Corumbá, que recusou para aceitar, orgulhoso, o de General Brigadeiro. Foi pioneiro na navegação dos rios Araguaia e Tocantins, tendo sido capaz de desmontar um vapor no rio Paraguai e transportá-lo pelo sertão, abrindo estradas e construindo pontes, até o Araguaia. Amigo e estudioso da cultura indígena, conheceu e contribuiu para a catequização de dezenas de tribos, de várias nações.

Monarquista fiel, governava São Paulo quando foi proclamada a república. Os primeiros emissários do novo governo não o conveceram a entregar o cargo. Dias depois, porém, seu ex-aluno, Prudente de Morais, o substituía.

Em 1893 o governo de Floriano Peixoto mandou prendê-lo por ter doado parte de sua fortuna para a fundação de um hospital destinado aos revoltosos da armada e do Rio Grande do Sul. Na prisão, sua saúde se debilitou e lhe foi facultado ir para a Europa, para tratamento. Volta aos 61 anos e falece aos 14 de setembro de 1898. Seus despojos descansam no cemitério da Consolação, em São Paulo.

Nasceu em Diamantina em novembro de 1837. Acredita-se que por volta dos 10 anos tenha ido estudar  no Seminário do Caraça ou no de Mariana.Mais tarde foi para São Paulo e estudou na Academia de Direito enquanto  lecionava Filosofia no Mosteiro de São Bento, onde teve como aluno Prudente de Morais.

Em 1860 ocupou o cargo de Secretário do Governo de Minas, tendo, a partir de então, uma  vida de intensas atividades,incluindo a participação na Guerra do Paraguai.

Após a Guerra do Paraguai, na qual participou da batalha de reconquista  de Corumbá dos paraguaios, ganhou do governo imperial o título de Barão de Corumbá. Mas o recusou, preferindo o de General Brigadeiro.

Antes dos 31 anos já havia ocupado cargos de presidente  das Províncias de  Goiás, Pará e Mato Grosso. A partir de então, se interessa pela região e  faz uma fantástica viagem de circunavegação, subindo o   Tocantins e navegando a leste do Araguaia.

Com uma visão empreendedora, obteve do governo uma concessão  para  uma organizar uma empresa de navegação para o  Rio Araguaia.  Em uma arrojada iniciativa,  desmontou um  vapor do rio Paraguai e,  abrindo estradas e fazendo pontes, o transportaram  em 14 carros de bois por um percurso  de 600 quilômetros . Em uma pedra às margens do Rio Araguaia foi  inscrito em tupi : “sob os auspícios do Sr. D.Pedro II passou um vapor da bacia do Prata e do Amazonas e veio chamar à civilização  e ao comércio os sertões do Araguaia com mais de 20 tribos, no ano de 1879.” Depois, adquiriu mais dois vapores: o Colombo e o Mineiro.  

“Louco e visionário”,  assim era tratado pela  imprensa da época, que lhe vazia as mais virulentas críticas.

Quando foi proclamada a República, ocupava o cargo de  Presidente da Província de São Paulo. Nessa  época, a saúde mental  estava abalada e viaja para a Europa em busca de tratamento.

Em 1893 já havia retornado ao Brasil. Por ter doado parte de sua fortuna para a fundação de um hospital de sangue para os revoltosos da Armada e do Rio Grande do Sul  foi, então, preso.  Como seu estado de saúde não era bom, Floriano Peixoto permitiu que Couto Magalhães retornasse à Europa.

Volta mais uma vez ao Brasil, vindo  a falecer em 14 de setembro de 1898. A companhia de navegação encerra suas atividades em 1900 e o patrimônio é colocado em hasta pública, mas nunca encontrou um comprador. Os 3 vapores ficaram abandonados no Porto Leopoldina e, assim, eles e os  sonhos de Couto Magalhães  foram corroídos pelo tempo . 

Couto Magalhães foi uma pessoa de  extrema atividade intelectual. Adorava o estudo de línguas estrangeiras e indígenas; estudou física, mecânica e astronomia, inclusive seus instrumentos para experiências científicas acabaram sendo doados ao Instituto Politécnico de  São Paulo. Fundou o Clube de Caça e Pesca de São Paulo e organizou a Sociedade Paulista de Imigração.  Na imprensa,  colaborou com o Jornal do Comércio e  o Diário Popular.

Foi autor de várias obras como: Guaianezes (romance histórico); Revolta de Felipe dos Santos, que  abriu-lhe as portas do Instituto Histórico Geográfico; e Araguaia e o Selvagem, que escreveu a pedido de D. Pedro II para  figurar na Biblioteca da Exposição Universal da Filadélfia, em 1876.

  

 
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