diário
do turismo, 13 de outubro de 2006
Ouro Preto vai reabrir em novembro
casarão de BG
Em
Ouro Preto o patrimônio histórico é visto como janela para o futuro. A partir
do final de novembro, essa cidade histórica tem nova atração. É a Casa
Bernardo Guimarães, onde viveu o famoso escritor de Escrava Isaura. O imponente
imóvel, construído no século XIX, será aberto à visitação pública a partir
da inauguração. “A casa é um cartão de visitas para Ouro Preto. Estamos
convocando toda a comunidade a cuidar do imóvel, que é patrimônio da cidade”,
conta Ana Pacheco, presidente da Fundação de Arte de Ouro Preto (FAOP),
responsável pela casa.
A Casa
Bernardo Guimarães, totalmente reformada e restaurada, abriga o Núcleo de
Ofícios da (FAOP), um centro de excelência para as tarefas do patrimônio, em
especial para trabalhadores de obras de restauro. “O conhecimento das técnicas
tradicionais, de valor inestimável, nas áreas de cantaria, marcenaria, pintura,
estuque, carpintaria de telhados, entre outros, vem se perdendo por falta de
oportunidade e estímulo à sua transmissão e a mão-de-obra no setor de
conservação e restauração torna-se cada vez menos especializada”, afirma Ana
Pacheco.
O prefeito
de Ouro Preto, Angelo Oswaldo, comemora a iniciativa da FAOP. “O governo do
Estado não só reverencia o escritor Bernardo Guimarães como recupera o acervo
de Ouro Preto e abre uma escola voltada para a profissionalização dos jovens nas
técnicas de conservação do patrimônio cultural”, declara.
História
O imóvel
conhecido como Casa Bernardo Guimarães é uma construção do século XIX. A
autoria do projeto e a responsabilidade da execução da obra não foram
identificados em pesquisa realizada pela Fundação João Pinheiro no ano de 1974.
Localizado
na Rua Alvarenga, no bairro das Cabeças, o imóvel não possui tombamento
individual pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, mas está
compreendido no acervo arquitetônico e paisagístico da cidade, tombado conforme
Processo nº 70-T – Inscrição nº39 – Livro das Belas Artes, fls.8, em data
de 20 de abril de 1938.
O prédio
teve como destino original o uso residencial. Não foram localizados elementos de
identificação comprovada de seu primeiro proprietário ou morador. Tendo
pertencido ao escritor Bernardo Joaquim da Silva Guimarães, nascido em Ouro Preto
a 15 de agosto de 1825 e falecido na mesma cidade em 10 de março de 1884, é
possível que tenha sido propriedade de sua família desde a construção. Seu
pai, João Joaquim da Silva Guimarães (1777-1858), deputado e alto funcionário
da Província, residiu também, por quase toda a vida, em Ouro Preto (cf. José
Pedro Xavier da Veiga “Ephemerides Mineiras“, 1897, v.I, p.302/7 e v.II,
p.427/31).
Em 1955 o
prédio passou à propriedade da Sociedade São Vicente de Paulo que, adaptando-o,
ali instalou o Abrigo da Velhice Desamparada, ou simplesmente, Asilo dos Velhos.
Em 2003 a propriedade voltou a pertencer ao Estado sendo cedida à FAOP em 2004.
Ao longo dos anos foram sendo anexadas outras construções, conformando-se um
conjunto de quatro edificações interligadas em torno do pátio central.
Fonte:
Fundação João Pinheiro – Dossiê 1974 - Modificado por IEPHA/MG em 2005
Foto da Photo Galleries (www.ouropreto.etc.br]: janela do casarão restaurado
|