Poesia de Albino
José Alves Filho, genro de BG
Soneto
A Sempre-viva
(A uma poetisa)
Aquela sempre-viva encantadora
Que me deste, senhora, nesse dia,
Guardei-a qual relíquia sem demora
Num velho livro azul de poesia.
Num momento de negra nostalgia
Passados meses, eu abri-lo fora...
Quando da rosa a força exaladora,
Por toda a parte, lenta, se espargia
Caso estranho este caso! Não julgara
Que tal flor um aroma tal criara...
E fiquei pasmo de pensar e vê-lo.
Eis senão quando vi na flor dileta
Como num mágico sonho de poeta
Um louro fio deste seu cabelo.
1894
Publicado em "O Correio do Povo" em 5 de junho de 1894
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