Vida e Obra de Bernardo Guimarães
  poeta e romancista brasileiro [1825-1884 - biografia]

 
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Poesia de Albino José Alves Filho, genro de BG
Serenata
(A S. Vianna)

Salta do leito, formosa,
Abre a janela divina,
A voz escuta, chorosa,
Da minha lira que trina.

 No teu corpo de alabastro,
Flexível, divino, aéreo.
Há qualquer cousa de um astro
Há qualquer cousa de etéreo.

 Pelas manhãs azulinas
No lago, o cisne garboso
Não tem as formas divinas
Do teu corpo, esbelto, airoso.

 Quando ativas pelo espaço
O teu olhar, minha bela,
Julgo ver em estilhaço
Polipartir-se uma estrela...

 Soltas as tuas melenas
Ao galerno que suspira,
Prendem bem como gehenas
As trovas da minha lira

 E fico doido, perplexo...
E quero cantar, destoa
A lira canções sem nexo
Que me bóiam n’alma à toa...

 Quando falas — rumorejos —
Tu rolas da tua boca —
Raro dilúvio de beijos —
Que a mente me deixam louca

 E julgo mesmo que a ti
Tua beleza te assombra
És misto de colibri
De silfo, de anjo, de sombra .


 
Soledade de Itajubá, janeiro de 1890
(Publicada em "A Verdade de 8 de maio de 1890)


 
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