(página
extraída de http://www.bn.br/extra/musica/fbraga/jupira.htm)
A ÓPERA JUPIRA
Ainda residindo na Alemanha e influenciado pelas cenas líricas de Wagner,
Francisco Braga decidiu compor uma obra de maiores proporções, utilizando
recursos cênicos, vocais e orquestrais. Desde 1892, o compositor alimentava a
idéia de escrever uma ópera em um ato e, por carta, fez um pedido a Escragnolle
Doria: " O assunto brasileiro é quase em mim uma idéia fixa; para
começar, peço-lhe somente um ato, mas um pouco descritivo, para dar lugar à
sinfonia." No ano seguinte, a escolha do tema foi definida. Com base em
novela do escritor Bernardo Guimarães, Braga iniciou a composição da
ópera Jupira. O próprio compositor comentou sobre seu processo de
criação: "(...)Ardo de impaciência a tal ponto que tenho momentos de
febre quando me sento ao piano e ensaio certas cenas da nossa Jupira. (...) De
improviso, componho, canto palavras sem nexo, imagino acentuações dramáticas,
enfim, um horror, uma alucinação."
Com o intuito de
concluir a ópera, Francisco Braga mudou-se, em 1897, para a Ilha de Capri, na
Itália, em companhia de seu amigo e pintor Batista da Costa. Permaneceu na ilha
por quase um ano, retornando depois à Alemanha.
Em 1900, iniciou as
negociações para a apresentação da ópera Jupira no Teatro Real em
Munique; infelizmente, o projeto foi arquivado. Nesse mesmo ano, por ocasião do
Quarto Centenário da Descoberta do Brasil, Braga foi convidado para executar a
ópera. Retornou ao Brasil, após viver dez anos na Europa, e, em outubro de 1900,
dirigiu Jupira no Teatro Lírico do Rio de Janeiro.
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