Vida e Obra de Bernardo Guimarães
  poeta e romancista brasileiro [1825-1884 - biografia]

 
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Gente que BG conheceu
João Cardoso de Meneses e Sousa,
o Barão de Paranapiacaba

Do site da Alexandria Virtual

João Cardoso de Meneses e Sousa, o  Barão de Paranapiacaba, nasceu em Santos (1827) e morreu no Rio de Janeiro (1915).

Sofreu a influência de Byron, como os seus contemporâneos Francisco Otaviano, Bernardo Guimarães, Aureliano Lessa e Álvares de Azevedo.

No fim da vida, "namorou" a corrente parnasiana.

 

O  "Soneto Pantagruélico", abaixo transcrito, foi feito, segundo o próprio autor, em resposta a um outro de Bernardo Guimarães.

 

Na Faculdade de Direito São Francisco, onde estudou, estava em moda o "bestialógico". O crítico Antônio Cândido considera o "Soneto Pantagruélico" um dos melhores da produção do poeta.

 

 

Soneto Pantagruélico

 

Era no inverno. Os grilos da Turquia,

sarapintados qual um burro frito,

 pintavam com estólido palito

a casa do Amaral e Companhia.

 

Amassando um pedaço de harmonia,

cantava o "Kyrie" um lânguido cabrito,

e fumando, raivoso, enorme pito,

Pilatos encostou-se à gelosia.

 

Eis, súbito, no céu troveja um raio;

 e o pobre Ali Paxá, fugindo à chuva,

monta, depressa, num cavalo baio.

 

Passando, aperta a mão de um bago de uva,

e, vendo que já estava em fins de maio

pávido calça de Petrarca a luva.

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Leia também:
Amigos e colegas de BG.

 

A João Cardoso*

João Joaquim da Silva Guimarães
 (pai de BG)

 Ei-las, poeta, as flores desbotadas,
Que tu roubaste ao túmulo medonho;
Em tuas mãos de novo hoje as deponho
De meus sentidos prantos orvalhadas.

Tu as colhestes pálidas, mirradas,
Com mão piedosa à margem de um jazigo;
Por ti salvas do olvido, ó caro amigo
Não serão pelo tempo devoradas.

Bafejadas por ti ah! possam elas
de novo reflorir
Alardeando as pétalas singelas
Nos campos do porvir

* João Cardoso: o conselheiro João Cardoso de Meneses e Sousa, barão de Paranapiacaba, nascido em 1827, também poeta, autor de "Harpa gemedora" e "Camoniana brasileira", ao qual Bernardo Guimarães se refere em "Algumas palavras ao leitor" chamando-lhe "distinto e particular amigo". Deve-se-lhe o fato de terem sido salvos os rascunhos das poesias de João Joaquim e do padre Manoel [irmão de BG], encontrados no espólio deste último. Ficou-nos uma dúvida: talvez este poema, que repete inclusive expressões que se encontram em "Algumas Palavras ao Leitor", seja de autoria de Bernardo Guimarães. Na edição de FO, abre ele as poesias de João Joaquim da Silva Guimarães e não traz, como os demais, qualquer assinatura. Nem Bernardo Guimarães a ele alude na sua introdução, mas nesta diz que João Cardoso colheu tais "flores mirradas e sepulcrais", "com mão piedosa à margem de um jazigo, onde dous outros entes descuidosamente as largaram". O irmão de Bernardo morreu em 1870, quando seu pai morreu em 1858. Como explicar pois que João Joaquim oferecesse a João Cardoso aquelas "flores desbotadas", colhidas "com mão piedosa à margem de um jazigo?" No entanto, o poema tem sido até hoje considerado como de autoria de João Joaquim e assim é que Mário de Lima o inclui na sua "Coletânea de Autores Mineiros", Vol I, 1922, pág. 358.

 

 

 

 

 
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