Poesia de Albino
José Alves Filho, genro de BG
Etopéia[1]
Indígena
(A Nogueira de Sá)
A Caçada
Andyra
entrando vai morosamente
Pela sombra da mata, negra, escura...
Ativa aqui o ouvido e da cintura
Carcaz de flechas, grávido, pendente...
Pula
o jaguar da brenha de repente
Doida alegria! Saturnal loucura
Mais ágil do que o galgo na planura
Da nédia caça ei-lo a pista rente...
Ao
ver o hórrido aspecto do jaguar
Brada: “Tupã-Oê!”
E coruscante o olhar,
Célere encurva o arco e corre... e voa...
Súbito
estaca... A flecha zune louca...
Crepitar de folhas ... ruído... e
rouca
De dor e angústia na amplidão reboa.
1889
-
N.E.: Etopéia - Datação:
1713 cf. RB
Acepções
■ substantivo feminino
1 exposição descritiva dos
costumes, caracteres, inclinações e demais paixões humanas
1.1 Rubrica: retórica.
descrição literária que focaliza esp. o temperamento, o caráter, as
paixões, as tendências de uma ou mais personagens
Etimologia
lat. ethopoeìa 'retrato, caráter,
descrição ao vivo; etopéia', emprt. ao gr. ethopoiía
'id.'; ver et(o)- e -péia;
f.hist. 1713 ethopeia
N.A. : Andyra foi célebre cacique dos índios Garotirés,
que admirável se tornou na arte venatória.
N.A. Tupã é o supremo Deus dos selvagens brasileiros, significa:
Trovão.
Oê
é uma forma aglutinativa que ao substantivo pospõe os indígenas quando
enlevados pela admiração. (A.A.Fº)
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