Vida e Obra de Bernardo Guimarães
  poeta e romancista brasileiro [1825-1884 - biografia]

 
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Poesia de João Joaquim da Silva Guimarães, pai de BG
O empregado público*
soneto

Se vires sobre tosca campa fria,
Orando junto lacrimosa gente,
Não perguntes quem jaz, pois certamente
Aí jaz quem ocupou Contadoria.

Se o dó a saber mais te desafia,
Sabe, que o morto deixa pobremente
Família grande, triste e descontente,
Herdeira do pão nosso cada dia.

Sabe mais, que apesar de honroso porte,
Se não é ginja, se não é solteiro
Nunca o triste empregado muda a sorte.

Sempre doente, sempre em cativeiro
Vive bem pouco, e vê chegar a morte
Sem prazeres, sem glória e sem dinheiro.

 

* É de notar a existência, em João Joaquim da Silva Guimarães, como atesta este soneto, das qualidades de humorista que depois se afirmariam em Bernardo Guimarães. Na sua "Biografia crítica das letras mineiras, pág. 58, Waltensir Dutra e Fausto Cunha anotam esta particularidade, para dizer "que o humorista Bernardo teve a quem sair". Já observara aliás Agripino Grieco na sua "Evolução da poesia brasileira" (2ª edição, Livraria H. Antunes, Rio de Janeiro, pág. 35): "O pai de Bernardo Guimarães era poeta e prosador, tendo deixado rimas avulsas, que o filho incluiu piedosamente em sua "Folhas de Outono", rimas impregnadas de um misto de lirismo e sarcasmo, dons antagônicos que também coabitariam no rebento vate malogrado".

João Joaquim da Silva Guimarães, segundo o seu filho Bernardo .


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