Vida e Obra de Bernardo Guimarães
  poeta e romancista brasileiro [1825-1884 - biografia]

 
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estado de minas - 1 de maio de 2006
Casarão onde viveu autor de A Escrava Isaura é restaurado

por Elaine Resende

“Desd'o berço respirando os ares da escravidão, como semente lançada em terra de maldição…Os meus braços estão presos, a ninguém posso abraçar, nem meus lábios, nem meus olhos não podem de amor falar”. Foi num casarão em estilo colonial do começo do século 19 que o escritor Bernardo Guimarães (1825-1884) deu vida a uma das mais famosas personagens da literatura brasileira. Isaura, a escrava branca pela qual seu senhor se apaixonou e muito a fez sofrer, teve sua história imaginada numa construção imponente de Ouro Preto que passa, agora, por uma restauração, depois de décadas de abandono.

A Fundação de Arte de Ouro Preto (Faop), instituição vinculada à Secretaria de Estado da Cultura, está conduzindo as obras da casa em que o romancista viveu. A revitalização, iniciada em janeiro, só foi possível graças a uma parceria entre os governos municipal e estadual e vai custar cerca de R$ 2 milhões. Quando for concluída – a previsão é setembro – o município terá um imóvel totalmente recuperado, no qual será instalado o Núcleo de Ofícios da Faop. O espaço vai ser destinado à formação de profissionais de restauração para atender Ouro Preto e outras cidades históricas de Minas Gerais. Serão oferecidos cursos de pedreiro, carpinteiro, estucador (trabalho com gesso) e pintor. “A casa de Bernardo Guimarães é belíssima, um marco na entrada da cidade, e merecia esse cuidado. Sem contar que as obras também vão contribuir para a revitalização do bairro em que ela fica”, afirma a presidente da Faop, Ana Pacheco.

Memorial

A situação do casarão de dois andares, que por mais de 40 anos abrigou um asilo mantido pela Sociedade São Vicente de Paulo, era crítica. Em novembro de 2004, parte da fachada desabou e, até o início das obras, a área ficou isolada, para evitar acidentes. O arquiteto responsável pelo projeto de restauração, Paulo Hermínio Guimarães, explica que, ao longo do tempo, o casarão sofreu algumas intervenções, como a construção de dois anexos. A parte que interligava esses espaços ao prédio principal foi demolida, houve a recuperação do telhado e modificações nas fachadas dos anexos. “No casarão, serão feitas pequenas adequações, como a modificação de layout dos banheiros e da copa. O restante é trabalho de restauração. A proposta do projeto é uma leitura resgatada do que foi o casarão”, afirma.

O imóvel não é tombado individualmente pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), mas integra o acervo arquitetônico e paisagístico da cidade, tombado em abril de 1938. “Além da importância de ser um prédio em estilo colonial, que por si só já mereceria ser preservado, aqui morou um grande escritor”, acrescenta a historiadora Suely Perucci. A trineta do escritor, Maria Fernanda Alves Guimarães, disse que os descendentes já se prontificaram a colaborar para a formação de um memorial, a ser instalado no casarão. Assim, explica ela, os documentos históricos de Bernardo Guimarães poderão ficar num único lugar e não espalhados, como estão hoje.

Causos

Antigamente conhecido como Solar dos Guimarães, o sobrado também faz parte de relatos, causos e lendas. Conta-se, por exemplo, que a cabeça do inconfidente Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, roubada por um misterioso vulto do poste da Praça de Ouro Preto, teria sido enterrada no sobrado pelo então morador, padre Manuel da Silva Gatto. O sacerdote teria escondido a cabeça na copa de sua casa, na parte da cidade que, por coincidência, chama-se bairro das Cabeças. Até hoje, há quem desconfie de que a caveira de Tiradentes continue na casa, provavelmente no quintal. O próprio Bernardo Guimarães, no conto A cabeça de Tiradentes, fez referência a essa estória.
 
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