Poesia de Albino
José Alves Filho, genro de BG
Cantando
(Ao
dr. Christiano
Brazil)
Dizem
que os cantos que a sereia entoa
São de tal melodia e tal doçura...
Que um marinheiro no auge da ventura
Deixa o batel vogar... vogar à-toa...
Quando também, donzela, quando soa
A guitarra tua voz plangente e pura,
Vibrante, meiga e cheia de ternura...
Ao desferires adorada loa...
Eu, qual marinheiro em doce espasmo
Delirante minh’alma, e doido, e
pasmo,
Murmuro, concentrado, triste, a
sós...
Ó dulcíssima visão, ó cisne, ó fada
Ó deusa, ó flor celeste e bem amada —
Quero morrer ao som de tua voz!
São Paulo,
1888
(Publicada em “A Verdade”
de
24 de agosto de 1888)
N.E. José
de Espronceda é poeta romântico espanhol, nascido em 25 de março de 1808 num
lugar situado cerca de Almendralejo (Badajoz), Espanha. Sua obra é lírica e
especialmente patriótica, pois viveu sob o tempo das Invasões Napoleônicas, e
da Guerra da Independência em Espanha. Morreu em 25 de maio de 1842.
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