Partitura e arranjo



O resultado sonoro de um CD ou apresentação depende de um músico especial (ou um grupo deles) que prevê a sonoridade da e organizando-a em idéias musicais na partitura. Este é o papel do arranjador: criar reinventando o conjunto sonoro, vestindo-a numa roupa nova, deixando-a, assim, diferente. Pode-se dizer o quanto lhe é co-autoral, melhorando o ruim, colaborando no bom.

Este texto apresentará, em linhas gerais, um guia de como organizar arranjos musicais.

PRÉ-REQUISITOS




ELABORAÇÃO E PLANEJAMENTO[1]


Ao fazer o arranjo, siga o seguinte programa de trabalho:

  1. Escolha a música;
  2. Decida pelos instrumentos;
  3. Decida quantas vezes a música será tocada durante o arranjo, prevendo uma introdução, final e interlúdio (solo no meio da música)
  4. Prever tom e eventuais mudanças de tom durante a música;
  5. Faça um plano do arranjo como se fosse um planta do alicerce da casa.

PROCESSO, CONFECÇÃO DO ARRANJO



Vejamos:





No caso, quando o grupo musical não tiver bateria ou percussão, trabalhar o a célula rítmica do estilo musical, (neste caso baião) nas vozes do baixo e da harmonia. A melodia do baixo usará notas fundamentais e as quintas dos acordes. Outra solução para desenhar sua melodia é faze-lo caminhar pelas notas graves das escalas que constroem cada uma dos acordes especificamente. Esta técnica é chamada de WALKING BASS (Baixo que caminha).





A seção rítmica-harmônica estará completando com as notas dos acordes a lacuna vertical deixada pela voz (melodia) e pelo baixo. Exemplo:

HARMONIA C F G7 C
Voz MI FA FA SOL
Harmonia 1 DO DO RE MI
Harmonia 2 SOL LA SI DO
Baixo DO FA SOL DO


Quando o arranjo for escrito para quatro ou mais vozes, duplicar a fundamental ou a quinta[2]. Uma outra dica é, numa harmonia simples, acrescentar, além das notas do acorde, a sexta maior. Exemplo: | C6 | F6 | G7(13) | C6 ||

Uma boa dica para conduzir as vozes melodicamente é evitar fazer grandes saltos intervalares, ou seja, escolher notas vizinhas (DO, RE, MI, FA, ...).


O contracanto é a conversa de uma ou mais vozes com a melodia da música. Estas melodias completaram o tema principal no momento que se ocorre notas de longas durações.



Uma regra geral: QUANDO A VOZ FALA O CONTRACANTO ESPERA, QUANDO O CONTRACANTO FALA A VOZ ESPERA.


ALGUNS PARÂMETROS PARA O ARRANJADOR PENSAR


CONTRASTE EQUILÍBRIO DINÂMICA (efeito)
Melodia fala, contracanto ouve, melodia para, contracanto fala.
Timbres pesados – Timbres leves, etc.
Grave – Agudo
Madeira – Metais
Cordas – Sopros (quando orquestra)
Forte, fraco, piano, pianíssimo, esforçado,...

ÚLTIMAS DICAS

  1. Montar o arranjo de forma intuitiva, baseando-se nas notas do acordes;
  2. Evitar saltos intervalares;
  3. TUDO QUE COLOCAR DENTRO DA PAUTA, SOA (Neves);
  4. Segunda voz, oitava abaixo;
  5. Harmonia conflitante, fecha o acorde;
  6. Harmonia maior, ampla, cheia, abre o acorde;
  7. Intervalos conflitantes, use-os no mesmo naipe ou mesmos instrumentos;
  8. NÃO TRANSCREVA, REESCREVA (Neves);
  9. Não jogue notas fora, não tocar muitas notas;
  10. É PREFERÍVEL SACRIFICAR A VERTICAL (harmonia) DO QUE A HORIZONTAL (melodia) (Neves);
  11. Pensar melodicamente
  12. Perguntas e respostas
  13. A música é melódica e rítmica.

Eduardo Frois

Texto elaborado a partir da Oficina Técnica para Músico e Maestro de Bandas (Pró-bandas) na matéria de INFORMÁTICA APLICADA À MÚSICA, HARMONIA E ARRANJO, ministrado por Antonio Carlos Neves Campos, em outubro de 2004, em Caraguatatuba, SP.

NOTAS

[1] (GUEST,1996:122,123)

[2] HENDIMITH, Paul. Harmonia Tradicional.


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