HISTÓRIA DA PARÓQUIA
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Durante
longo tempo Tangará, então Rio Bonito, como toda a região do Centro
Oeste Catarinense, foi atendida pastoralmente pelos Frades Franciscanos,
que vinham, inicialmente de Curitibanos
e depois, de Porto União. Começaram a vir de Porto União após
a construção da estrada de ferro, a partir de 1914, quando os Frades
Franciscanos assumiram aquela
paróquia. Em
1931, os Padres Salvatorianos, da Sociedade do Divino Salvador,
atendendo convite insistente do Bispo Diocesano de Lages, Dom Daniel
Hostin, OFM, aceitaram a Paróquia Nossa Senhora Imaculada Conceição,
de Videira, então chamada Perdizes,
criada no dia 08 de dezembro de 1930. No dia 06 de março de 1931
vieram os dois primeiros padres, Pe. Fideleis Both e Lourenço
Hergenhahn, para assumirem a Paróquia. A
capela de Santo Antônio de Tangará,
fazia parte
da Paróquia de Videira. Como em torno da vila houvesse numerosas
capelas, construiu-se na vila, nos primeiros meses, uma casa paroquial,
bem em frente da capela, já existente, onde o coadjutor, para que
pudesse atender melhor e mais facilmente as capelas da redondeza,
residia durante o tempo em que
estava visitando as mesmas capelas. Com
a vinda
dos dois padres salvatorianos,
Cecílio Geid e Romero Ganslmeier, para Tangará, no dia 27 de
abril de 1939, iniciou-se o Curato de Tangará, mais tarde elevado à
Paróquia, com vida completamente independente
da Paróquia mãe, Videira, à qual pertencia. Fazer de Tangará
um curato independente foi mais um privilégio, pois ficava isento das
taxas, pois locais menores tinham sido elevados à categoria de Paróquia.
Falava-se quase sempre da paróquia e não do curato. Foi preciso que o
vigário de Tangará recordasse ao senhor Bispo que Tangará ainda era
curato. E então o Bispo elevou, de jure, o que já o era de facto, Paróquia,
no dia 07 de julho de 1951. Para efeito de assentamentos vale a data de
27 de abril de 1939, pois foi a partir desta data que ela começou a
ter livros
próprios, como qualquer paróquia. Santo Antônio, já padroeiro
da capela, ficou sendo o padroeiro da matriz e da paróquia. A população
católica era de seis mil e quinhentos pessoas, sendo que a grande
maioria
morava nas capelas. Atualmente tem de onze a doze mil habitantes.
Já funcionava o Colégio Mater Salvatoris, das Irmãs Salvatorianas,
que iniciaram as atividades educacionais
no início de 1937, um ou dois meses após sua chegada para o
Brasil. Existia também um Hospital na Vila, chamado São
José, com médico
próprio. O hospital existe ainda hoje com o nome de São Lucas. Quando
os padres chegaram para Tangará, encontraram duas casas paroquiais, mas
não havia igreja. E tinha havido. A capela que fôra construída no
centro da vila, entre a estrada de ferro e o Rio do Peixe
foi demolida depois de se ter decidido e construído a capela no
alto, no Morro da
Saúva, onde hoje está o estádio coberto e o campo de futebol. A
capela teve vida curta. Inaugurada no dia 28 de março de 1937, foi
derrubada por um vendaval, no dia 08 de novembro do mesmo ano. Na ocasião
foi também derrubada a capela dos Santos Anjos, que se encontrava, na
mesma direção e altura, no outro lado do rio do peixe. A
casa paroquial
localizada no centro estava ocupada. Nela funcionava o colégio
das irmãs salvatorianas, tendo elas ali também a sua residência. Era
preciso encontrar um lugar para morar. O coadjutor de Videira, Pe.
Burcardo Scheller construiu, com a madeira da igreja
destruída, quase
no mesmo local, uma espaçosa casa paroquial, que haveria de
servir como igreja e salão, no andar térreo e de moradia do padre, no
andar de cima. Com
a criação da paróquia curada, ficaram-lhe anexadas
dezessete capelas
da até então paróquia mãe, Videira, e ainda, provisoriamente,
até nova ordem do Senhor Bispo, três capelas da paróquia de Campos
Novos, ficando a paróquia de Videira com vinte e quatro capelas.
Atualmente
existem
trinta e uma capelas (comunidades), com missa mensal e quase
sempre nos finais de semana. Cinco capelas
ainda não têm a igreja construída. A missa e o culto são
celebrados nas escolas do local, já que não mais estão sendo
usadas para fins escolares. Salão de festa existe em todas elas.
No início de 1951 com a criação da paróquia de Marari, cinco
capelas passaram a pertencer para aquela
paróquia. Na mesma ocasião foram entregues para atendimento,
para a paróquia de Videira, três capelas de Pinheiro Preto e mais
tarde, em 1959, com a criação da Paróquia de Pinheiro Preto, as
duas restantes. Quando Marari deixou de ser Paróquia, retornaram
para Tangará aquelas capelas que anteriormente lhe pertenciam, mais
duas criadas por aquela paróquia. Quando
os padres chegaram a
Tangará já existia o Apostolado da Oração, com grande número
de associadas. Durante o ano de 1939, foram introduzidas outras associações,
como os Marianos, as Filhas de Maria e a Liga do Menino Jesus para as
crianças após a primeira comunhão, que mais veio a ser a Cruzada Eucarística
Infantil. Na década de sessenta todas deixaram de existir, menos
o Apostolado da Oração que continuou existindo por mais tempo. No momento temos na
sede a Renovação Carismática Católica e a Associação do Divino
Salvador.
O pároco pensou logo na construção da igreja, que deveria ser
de alvenaria. Os tempos eram difíceis. Houve o início da guerra
mundial. Somente em
abril de 1940 começou-se a construção da igreja matriz, de
alvenaria, benzida e inaugurada, pelo Bispo Diocesano, Dom Daniel
Hostin, OFM, no dia 10 de junho de 1946, durante a trezena da festa do
padroeiro. Encontrava-se onde agora está o salão paroquial. Como não
havia igreja,
o pároco construiu um salão de madeira que funcionou até a
inauguração da de alvenaria. Mas esta igreja, logo se tornou pequena,
motivo por que em fevereiro de 1958 foi iniciada a atual igreja matriz,
bem mais ampla e espaçosa, que veio a ser inaugurada em no dia 4 de
dezembro de 1960, por Dom Afonso Niehues, bispo coadjutor de Lages. Os
trabalhos haviam iniciado no dia 11 de fevereiro de 1958. A antiga
igreja matriz funcionou como salão paroquial até
fevereiro de 1987, quando foi demolida, para dar lugar ao atual
salão, inaugurado, em outubro do mesmo ano. Concluída
a igreja matriz, o pároco pensou na construção da casa paroquial. As
obras iniciaram
em janeiro de 1966 e estavam praticamente concluídas no fim do
ano, de modo que os padres já podiam nela morar. Entre
1993 e 1994 foi levantado o prédio das salas de catequese e de
uma sala bem espaçosa
para reuniões, comportando mais de cem pessoas sentadas. Todas
as capelas tem a sua Comissão Administrativa (CAEP), a equipe de
catequese, de liturgia, de ministros do culto, a maioria tem ministros
extraordinários da Comunhão. Já há anos
as lideranças têm cursos de formação ou vários encontros
formativos durante o ano, tanto na matriz, como em vários setores nos
quais as capelas rurais estão agrupadas. Relação
dos párocos é a seguinte: Pe. Cecílio Geid (abril 1939-fevereiro
1944); Pe. Romero Ganslmeier (fevereiro 1944-dezembro 1946; fevereiro
1971-julho 1977); Pe. Lourenço Hergenhahn (dezembro 1946-dezembro
1949); Pe. Fridmundo Schulzki (janeiro 1950-dezembro 1965); Pe. Bertwino
Göker (janeiro 1966-março 1966); Pe. Eurico Bous, pároco subst. (março1966-janeiro
1967); Pe. Lauro Spohr (janeiro 1967-fevereiro 1971; janeiro 2000-até o
presente); Pe. Renato Simonetto (julho1977-janeiro 1986; fevereiro
1999-janeiro 2000); Pe. Antônio Luiz Tasso (janeiro 1986-fevereiro
1988); Pe. Pedro Baldissera (fevereiro 1988-janeiro 1992); Pe. Waldenir
Ferreira Pires (janeiro 1992-fevereiro 1994); Pe. Irmundo Boesing
(fevereiro 1994-dezembro 1995); Pe. Comercindo Zago (dezembro
1995-fevereiro 1999). Vigários paroquiais (Coadjutores), a paróquia
teve vinte
e quatro. Na paróquia
sempre trabalharam dois padres. Só excepecionalmente havia só o
Pároco. Quanto
às vocações sacerdotais e religiosas de Tangará,
mais de vinte abraçaram o sacerdócio e mais de cinqüenta, a
vida religiosa. São naturais do local, ou eram residentes no local
quando iniciaram ou terminaram a caminhada nessa nova vida. A última
ordenação sacerdotal se deu no dia 18 de dezembro de 1999. Que
o Padroeiro Santo Antônio continue a
interceder pela Paróquia para que ela permaneça sendo fiel e
anunciando o Cristo Salvador de ontem, de hoje, de amanhã e de sempre. |