O Rapto da Juana do Tarugo
(Elomar)


Infrentei fôsso muralha e os ferros dos portais
só pela graça da gentil senhora
filtrando a vida pelas grãos de ampulhetas mortais
d'além de tras-os-Montes venho
por campo de justas honrando este amor
me expondo à Sanha Sanguinária de côrtes cruéis
infrentei vilões no Algouço e em Senhores de Biscaia
fidalgos corpos de armas brunhidas
não temo escorpiões cruéis carrascos vosso pai
enfreado à porta do castelo
tenho meu murzelo ligeiro e alazão
que em lidas sangrentas bateu mil mouros infiéis
O Senhora dos Sarsais
minh'alma só teme ao Rei dos reis
deixa a alcôva vem-me à janela
O Senhora dos Sarsais
só por vosso amor e nada mais
desça da tôrre Naíla donzela
venho d'um reino distante, errante e menestrel
inda esta noite e eu tenho esta donzela
minha espada empenho a uma deã mais pura das vestais
aviai pois a viagem é longa
e já vim preparado para vos levar
já tarda e quase o minguante está a morrer nos céus
O Senhora dos Sarsais
minh'alma só teme ao Rei dos reis
deixa a alcôva vem-me à janela
O Senhora dos Sarsais
só por vosso amor e nada mais
desça da torre Juana tão bela
Naila donzela, Juana tão bela
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