http://www.geocities.com/padremoretti/gramatica.
Verbo é a palavra que exprime ação,
estado ou fenômeno.
Ação: Maria comprou o sapato.
Estado: Não sou rico mas estou bem financeiramente.
Fenômeno: Ventou e choveu
a tarde toda.
1. Radical
Parte geralmente invariável do verbo e
que guarda sua significação básica. É o infinitivo sem as terminações ar, er, ir.
amar - am
encontrar - encontr
querer - quer
partir - part
2. Terminação
Elemento que sofre a flexão verbal.
a. Vogal temática: vogal que define a
conjugação a que o verbo pertence.
a para a primeira conjugação: amar;
e para a segunda conjugação: querer,
pôr (antigamente poer);
i para a terceira conjugação: partir.
b. Desinências número-pessoais:
indicam a pessoa (primeira, segunda ou terceira) e o número (singular ou
plural).
vivemos (primeira pessoa do plural);
viveste (segunda pessoa do singular).
c. Desinências modo-temporais:
indicam o modo e o tempo do verbo.
falávamos (indicativo, pretérito imperfeito).
Formas rizotônicas: formas cujo acento tônico está no
radical.
amo, andam.
Formas arrizotônicas: são aquelas cujo acento tônico está na
terminação.
cantarei, poderão.
Auxiliares: os que ajudam na conjugação de outro
(principal).
Regulares: os que seguem o modelo (paradigma) de
sua conjugação.
Irregulares: os que diferem do paradigma, por
sofrerem alterações no radical ou na terminação.
Exemplos:
pedir: peço;
odiar: odeio.
Anômalos: os que apresentam grandes
irregularidades (também chamados simplesmente de irregulares).
Exemplos:
estar, haver, ir, ser, ter, vir, pôr.
Defectivos: os que não se conjugam em todos os
tempos, modos e pessoas.
Exemplos:
banir, brandir, falir, abolir, colorir.
Impessoais: os defectivos que, em seu sentido
próprio, só se conjugam na terceira pessoa do singular, não se referindo a
nenhum sujeito.
a. haver (existir, acontecer,
tempo decorrido):
Não houve comentários a respeito disso.
Havia anos e anos a nos separar.
Há dez anos eu morava na França.
b. fazer (indicando tempo
decorrido ou fenômeno meteorológico):
Faz anos que não o vejo.
Faz tanto calor aqui!
c. verbos que expressam fenômeno
meteorológico:
gear, chover, garoar, nevar.
Abundantes: os que têm dois particípios.
Exemplos:
morrer: morto, morrido;
pegar: pego, pegado.
Pronominais: os que se fazem acompanhar sempre
pelo pronome oblíquo.
Exemplos:
dignar-se, arrepender-se, condoer-se,
concentrar-se.
Reflexivos: são aqueles que expressam uma ação
que se reflete sobre o próprio sujeito. Vêm acompanhados de pronome oblíquo mas podem existir sem o pronome (a única exceção é suicidar-se,
que é sempre usado com o pronome).
Exemplos:
pentear-se, lavar-se, assentar-se, considerar-se,
mirar-se.
Recíprocos: verbos comuns que, usados na terceira
pessoa do plural com pronome oblíquo, expressam ação mútua.
Exemplos:
Viram-se e se amaram.
Transitivos: aqueles que necessitam de um objeto
para que a ação se expresse inteiramente.
a. Transitivos diretos: pedem
objeto direto.
Exemplos:
Maria comprou o chapéu.
b. Transitivos indiretos: pedem
objeto indireto.
Exemplos:
Maria obedece a seu pai.
c. Transitivos diretos e indiretos (bitransitivo, transitivo-relativo):
pedem objeto direto e indireto.
Exemplos:
Maria contou a história a seu filho.
Intransitivos: verbos que não exigem objeto direto ou
indireto.
Exemplo:
Chegamos e jantamos.
Indicativo: exprime um fato considerado como certo,
real.
Exemplo:
Eu comprarei esta casa.
Subjuntivo: exprime possibilidade, dúvida.
Exemplo:
Talvez eu compre esta casa.
Imperativo: exprime ordem, pedido, conselho.
Exemplo:
Fale baixo.
Indicativo:
1. Presente: expressa uma ação
que acontece no momento em que se fala; uma verdade científica; uma ação
habitual ou um fato que perdura por tempo indeterminado.
Exemplos:
A cada vez que te olho, te amo.
A Terra gira em torno do Sol.
Tomo café todas as manhãs.
Ela te ama, mas você não percebe.
2. Pretérito imperfeito:
expressa um fato passado em relação ao momento em que se fala, dentro de uma
idéia de continuidade; um fato habitual no passado.
Exemplos:
Agora, adulta, me lembro do quanto
antigamente desejava ser "gente grande".
Todas as manhãs ele se levantava
cedo, saía, comprava o pão e os jornais.
3. Pretérito perfeito: apresenta
um fato concluído no passado.
Exemplo:
Pegou a bolsa e saiu rapidamente.
Para expressar fatos que se repetem,
usa-se a forma composta:
Exemplo:
Você tem ido a Belo Horizonte?
4. Pretérito mais-que-perfeito:
expressa um fato passado, ocorrido antes de outro fato
passado.
Exemplo:
Estudei na escola onde meu avô já estudara.
A forma composta é mais usada do que a
simples.
Exemplo:
Estudei na escola onde meu avô já tinha
estudado.
5. Futuro do presente: exprime
um fato futuro em relação ao momento em que se fala, dependente ou não de uma
condição futura.
Exemplos:
Comprarei esta casa assim que puder.
Estarei aí em vinte minutos.
Pode também substituir o imperativo ou
expressar dúvida.
Exemplos:
Agora, você assumirá a culpa
pelo que fez.
Será mesmo o amor que faz girar o mundo?
A forma composta é usada:
a. para mostrar uma ação ainda não
executada mas já passada em relação a uma ação futura.
Exemplos:
Quando o menino chegar, eu já terei
almoçado.
Vocês serão responsáveis pelo que tiverem
construído.
b. para mostrar incerteza em relação a um
fato passado.
Exemplo:
Este curso terá dado aos alunos
o que eles esperavam?
6. Futuro do pretérito:
a. expressa uma ação futura em relação a
uma ação passada. Observe-se que, em relação ao momento em que se fala, o
futuro do pretérito tanto pode indicar passado quanto futuro.
Exemplos:
Você me prometeu que estudaria ontem.
Você me prometeu que estudaria
amanhã.
b. expressa uma ação futura que não se
realizará por falta de condição.
Exemplo:
Eu iria à Europa se tivesse
dinheiro.
c. expressa dúvida, possibilidade.
Exemplo:
Seria falta de amor a sua tristeza?
A forma composta é usada para exprimir
a possibilidade ou a incerteza de um fato passado.
Exemplos:
Achei que você teria percebido
os olhares que ele lhe lançava a toda hora.
O que ela teria comido para que
adoecesse assim tão rápido?
Subjuntivo
Geralmente usado em orações
dependentes, seu uso fica subordinado ao verbo da oração principal, que estará
em algum tempo do indicativo.
1. Presente: usa-se com o
presente, futuro do presente e imperativo.
Exemplos:
Espero que você compreenda minha
situação.
Exigirei que ela me escute.
Faça com que ela me escute.
2. Pretérito imperfeito: usa-se
com o pretérito imperfeito, pretérito perfeito e futuro do pretérito. Pode
exprimir presente, passado ou futuro.
Exemplos:
Queria que você confiasse em
mim.
Desejei tanto que você viesse
comigo.
Gostaria que eles não me vissem
aqui.
3. Futuro: usa-se com o presente
ou futuro do presente.
Exemplos:
Irei se você for também.
Compro os livros se eles me derem
o dinheiro.
4. Pretérito perfeito: só
existindo na forma composta, é usado para expressar passado em relação a um
presente, futuro ou imperativo.
Exemplos:
Espero que você tenha compreendido tudo.
Acreditarei que você tenha-me amado,
se você me pede isso.
Oh, Deus, faça com que ela tenha
entendido tudo.
5. Pretérito mais-que-perfeito:
só usado na forma composta, é o passado do tempo anterior. Usado portanto com o pretérito perfeito, imperfeito e futuro do
pretérito: pode expressar fato real ou hipotético.
Exemplos:
Esperei que você tivesse
compreendido tudo.
Esperava que você tivesse
compreendido tudo.
Acreditaria que você tivesse-me
amado, se me pedisse isso.
Quando me contaram, fiquei feliz que
você tivesse viajado.
Imperativo
É usado para
expressar ordem, súplica, exortação, conselho, advertência.
Exemplos:
Faça suas tarefas e não discuta.
Fique comigo!
Trabalhemos com amor!
Tenha sempre seus documentos em ordem.
Não estacione outra vez aqui!
O imperativo pode ser substituído por
interjeição (ou frase interjectiva), pelo presente do
indicativo, futuro do presente, infinitivo, gerúndio e pretérito imperfeito do
subjuntivo.
Exemplos:
Atenção! Mais amor nesse trabalho!
Você me faz esse favor?
Nunca tentarás
me enganar!
Seguir em frente. Dobrar à esquerda.
Acalmando-se todos...
E se vocês me dessem uma ajuda?
Formas nominais
Assim chamadas por poderem exercer
funções próprias dos nomes (substantivo, adjetivo e advérbio).
1. Infinitivo: pode ser
impessoal (não-flexionado) e pessoal (flexionado). As regras para o uso de um
ou de outro não são bem definidas em nível gramatical, obedecendo mais a
questões pessoais ou de estilo. Usa-se geralmente:
a. Impessoal:
a1. em locuções
verbais:
Quero fazer você feliz.
Confronte: Quero fazê-lo feliz.
Obs.: Seguido dos pronomes lo, la, los, las, o infinitivo toma
as formas á (torná-la), ê (fazê-lo), i (pedi-los), ô
(pô-las).
a2. quando não
há sujeito explícito ou não se quer explicitá-lo:
Morar bem no Brasil é para poucos.
Ser alegre é vital para a saúde.
a3. em orações
cujo sujeito está explicitado em oração anterior ou posterior:
Os meninos fecharam a porta ao sair.
Choramos ao receber a notícia.
Ao sair, fechamos tudo.
a4. após com
que, com o que, como, por que, também quando o sujeito é o mesmo da oração
anterior:
Temos com quem nos abrir e com o
que viver.
Vocês sabem como transmitir a
mensagem.
Entendemos por que agir desta
forma.
a5. após
adjetivos seguidos de preposição, desde que não se queira explicitar o sujeito:
São emoções difíceis de se elaborar
(ou de elaborar). (a)
Confronte:
São emoções
difíceis de tu elaborares. (b)
São emoções
difíceis de eles elaborarem. (c)
São emoções difíceis de se elaborarem. (d)
Obs.: Na frase (d) toma-se o substantivo emoções
como sujeito, ocasionando a forma verbal equivalente a serem
elaboradas. O se é partícula apassivadora. Na frase (a),
pode-se considerar o se como símbolo de indeterminação do
sujeito: difíceis a quem quer que seja.
Outro exemplo: Estas músicas são boas para dançar.
a6. quando o
sujeito do infinitivo é um pronome átono:
Chamei as meninas e mandei-as estudar.
Tendo em vista as reclamações dos
meninos, deixei-os sair.
Estas construções se fazem com verbos
como: ver, deixar, pedir, dizer, mandar, sentir...
b. Pessoal
b1. quando o
sujeito está claro, é diferente do sujeito da oração anterior e não é
representado por um pronome átono:
Vi os meninos chorarem de fome.
Confronte:
Cheguei, notei aqueles meninos magros
no canto do pátio, e, depois, vi-os chorar de fome.
b2. quando se
quer explicitar ou enfatizar o sujeito:
É necessário sermos
compreensivos.
É bom estares aqui às nove
horas.
2. Gerúndio
É usado para expressar:
a. uma ação que acontece ao mesmo tempo
que outra:
Contava a história e, enquanto a
contava, chorava:
Contava a história chorando.
Dirigia e conversava comigo:
Dirigia conversando comigo.
b. uma ação que determinará a seguinte:
Vendo os meninos chorarem, deu-lhes de
comer.
Tendo em vista tantas injustiças eu me
demitirei.
A forma composta do
gerúndio tendo (havendo) visto, tendo falado, tendo querido expressa uma oração totalmente
concluída e anterior à outra ação:
Tendo visto os meninos chorarem, deu-lhes de
comer.
Tendo concluído o estágio, ele voltou ao seu país.
3. Particípio
Pode ser usado:
a. sem auxiliar, expressando ação já
concluída:
Elucidado o crime, o detetive se retirou.
b. sem auxiliar, como adjetivo
Não quero mais conversa, assunto encerrado.
Pessoas demitidas faziam greve
em frente à fábrica.
c. com auxiliar em frases de significação
passiva:
Fomos enganados por você.
Sentia-se amado por todos.
Viram-se roubados.
Maria julgou-se injustiçada.
Estávamos encurralados.
d. com auxiliar nos tempos compostos:
Tenho vindo aqui todos os dias.
Haviam pedido uma outra solução.
Atenção:
Nos três primeiros casos, o particípio
concorda em gênero e número com o nome a que se refere.
Algumas
particularidades
Verbos em:
-EAR
Presente do indicativo em: eio, eias, eia, eamos, eais,
eiam.
Presente do subjuntivo em: eie, eies, eie, eemos, eeis,
eiem.
Exemplos:
patentear, frear, pentear, sapatear, falsear,
arrear, passear, balear, barbear, homenagear, massagear, pleitear.
-IAR
Presente do indicativo em: io, ias, ia, iamos, iais, iam.
Presente do subjuntivo em: ie, ies, ie, iemos, ieis,
iem.
Exemplos:
alumiar, negociar, presenciar, financiar,
distanciar, premiar, criar, variar, adiar, conferenciar, vadiar, licenciar,
diferenciar.
Exceções: ansiar, incendiar, mediar, odiar, remediar. Estes seguem a conjugação dos verbos
em ear nas três pessoas do singular e na
terceira pessoa do plural: presente (indicativo e subjuntivo).
-OAR/-UAR
Seguem normalmente a conjugação dos
verbos em ar.
Exemplos:
ressoar, perdoar, voar, abençoar, soar, suar,
cultuar, obliquar, efetuar, atuar, averiguar.
Atenção:
1. Os verbos em guar
e quar recebem acento agudo na vogal u quando ela é tônica
e trema quando ela é átona, se seguida, nos dois casos, por e ou i:
Exemplos:
averigúe, averigüemos; obliqúe, obliqüemos.
2. A pronúncia correta das formas
verbais em -guar e -quar
em que a vogal u antecede o
ou a é a seguinte: averiguo (averigúo),
averiguas (averigúas), averigua (averigúa),
averiguamos, averiguais, averiguam (averigúam).
-UIR
Seguem a conjugação do verbo possuir:
Exemplos:
influir, contribuir, argüir, distribuir,
diminuir, concluir, atribuir.
Atenção:
1. Os verbos em guir
recebem acento agudo na vogal u quando ela é tônica e trema
quando átona, se seguida, nos dois casos, por e ou i:
Exemplos:
argúi, argüimos.
2. Veja a pronúncia correta das formas
em que a vogal u antecede o ou
a: arguo (argúo), arguas (argúas), argua (argúa), arguamos
(ar-gu-a-mos), arguais (ar-gu-ais),
arguam (argúam).
-GER/-GIR
Trocam o g por j
antes de a e o.
Exemplos:
reger, abranger, eleger, proteger, tanger,
constranger, dirigir, afligir, infligir, exigir, erigir, corrigir, redigir,
surgir, insurgir-se, transigir, cingir, fingir, tingir, atingir, impingir.
-GUER/-GUIR
Trocam o gu
por g antes de a e o.
Exemplos:
erguer, reerguer, soerguer, seguir,
conseguir, prosseguir, perseguir, distinguir, extinguir.
-UZIR
Perdem o e da terceira
pessoa do singular do presente do indicativo.
Exemplos:
conduzir, seduzir, reduzir, traduzir, produzir,
reproduzir, deduzir, induzir, introduzir, reluzir, luzir.
-CER
Recebem o cedilha
antes de a e o.
Exemplos:
tecer, merecer, descer, crescer,
aborrecer, parecer, carecer, torcer, agradecer, conhecer.