PAPO DE BOTECO 7

- mas aquele boy que trabalhava na firma era um retardado mesmo. o apelido da criatura era "rajada".
- rajada? por que?
- uma vez ele teve uma diarréia braba e foi cagar no banheiro do escritório. o pateta esqueceu de puxar a descarga e o vaso ficou todo esmerdalhado. parecia cenário de filme de terror. pra desgraça dele, a pessoa que entrou depois no banheiro era o nosso chefe!
- hahaha, e aí?
- o chefe saiu de lá, quase vomitando, ee berrou na sala: qual foi o viado que cagou todo o banheiro?!? e acrescentou: parece que deram uma rajada de merda com uma metralhadora! aí pegou o apelido pra sempre. rajada. mas a figura era muito inexperiente. e burro.
- conta mais.
- um dia pedimos pra ele ir no habib's ccomprar umas pizzas pra nós, pois ia haver serão. chegamos pra ele e dissemos: rajada, traz duas pizzas grandes, uma de mussarela e outra de calabresa. o idiota ficou pensando uns trinta segundos e falou: quem sabe eu trago duas pizzas meia calabresa e meia mussarela? aí todo mundo olhou pra ele e perguntamos: mas qual a diferença, rajada? e ele: é que assim eu só preciso decorar um sabor.
- ai ai ai... e ele tinha namorada?
- que nada. tinha dezenove anos, alto prra caralho, magro, com a cara cheia de espinhas. você olhava pros olhos dele e não via nada por trás. parecia olho de manequim de vitrine, sabe? e tinha uns dentões de cavalo e uma risada que parecia ataque de asma, e quando ele falava, cuspia em todo mundo. era natural que todos no escritório zoassem com a cara dele. era uma vítima tão fácil que até perdia um pouco da graça. um exemplo foi o caso do transplante de olho.
- o quê? transplante de olho?
- é. tinha um sujeito que trabalhava comm a gente que saía muito à noite, pras boates, caçar mulher. quando ele saía, botava um par de lentes de contato azuis, para fazer onda com a mulherada. foi dele a idéia. a coisa funcionou assim: uma semana antes do golpe, todo mundo no escritório comentava a operação de transplante de olho que ele ia fazer. como ele nunca usava as lentes azuis no escritório, disse que ia trocar os olhos castanhos por dois olhos azuis. o rajada não falou nada, mas a gente sabia que ele estava prestando atenção.
- e aí?
- aí o cara pegou um tubo com soro fisioológico e começou a pingar no olho, dizendo que era o remédio pré-operatório que o médico havia receitado. aí o rajada não conseguiu ficar quieto e comentou: deve ser pra amolecer o olho.
- hahaha, inacreditável...
- eu mordi a língua pra não rir, mas muiita gente não agüentou e caiu na gargalhada. porém passou aquela semana e, na segunda, o cara colocou a lente de contato azul em apenas um dos olhos e botou um curativo de gaze por cima, tipo um tapa-olho. quando o rajada chegou, ficou só olhando. aí o cara disse: pô, o médico me falou pra deixar o curativo uma semana, mas eu tô curioso pra ver como ficou, acho que vou tirar esta bosta... e todo mundo falando pra ele: não, cara, não tira que pode dar merda. aí ele disse: foda-se, vou tirar é agora mesmo! e tirou a gaze, mostrando o olho azul. se eu tivesse uma câmara de vídeo na hora e filmasse a cara que o rajada fez, podia vender pra TV e ficar rico! ele disse, absolutamente espantado: ô loco! credo! eu achei que vocês tavam zoando comigo mas o cara trocou de olho mesmo!
- não é possível... meu deus...
- foi muito difícil segurar a risada. euu não podia olhar pra cara dos outros colegas porque daí ia rebentar de dar risada. fiquei olhando pro chão. claro que, passada a brincadeira, no dia seguinte o "operado" dos olhos apareceu sem lente azul nenhuma. aí o rajada estranhou: ué, e o olho azul? aí o cara respondeu: nem te conto, cara, deu rejeição no transplante e tive que botar o olho velho de volta.
- mas é muito inexperiente... vocês nuncca deram uma força pra ele deixar de ser tão abobado?
- esse foi o nosso erro. como ele era viirgem, quando chegou o aniversário dele, decidimos levar ele pro puteiro. mas antes, o chefe, que era um tremendo gozador, apostou com o rajada que ele não conseguia beber três latinhas de cerveja em cinco minutos. e apostou uma grana boa. o rajada, que nunca bebia, achou que era grana fácil e topou. eu mesmo desci na lanchonete "a deusa", que ficava lá perto, e comprei umas quinze latinhas geladas. aproveitei e comi um ovo colorido. subi de volta e todo mundo pegou uma latinha. aí o chefe pegou o relógio e disse: vamo lá, rajada, cinco minutos!
- catzo, nem sei se EU consigo beber trêês latinhas em cinco minutos!
- pra quem está acostumado a beber é molleza. já fiz o teste. mas prum moleque totalmente desacostumado a enxugar um copo, é foda. mas daí o rajada começou a beber. um colega falou alto: olha só, tá inchando as veias do pescoço dele! o rajada não agüentou e teve que rir, cuspindo a cerveja da boca e quase dando um banho em todo mundo. o chefe protestou: não vale cuspir a cerveja, seu merda!
- mas, afinal, ele conseguiu?
- conseguiu. mas depois ele começou a paassar mal e vomitou tudo no cesto de papéis. apesar disso, levou a grana. aí chegou a grande hora: a hora de perder o cabaço. como o puteiro era perto do escritório, fomos todos a pé. como eu estava mais atrás, notei que o rajada cambaleava. eu cheguei pra ele e disse: olha, cara, hoje eu também vou dar uma bimbada, então você pode escolher qualquer mulher menos a malu, que é eu que vou comer, tá? esta malu era uma morena de um metro e oitenta, cabelo até a cintura, uma bunda que merecia uma estátua em praça pública e grandes mamicas. fodia como se fosse o fim dos tempos.
- mmmmm....
- antes de chegarmos no puteiro, um coleega falou pro rajada: abre o olho, cara, que essas mulheres costumam roubar a carteira do cliente quando ele está pelado! Quando chegamos, a proprietária nos recebeu. estávamos em dez pessoas, mais ou menos. sentamos numa das enormes salas da casa, e nos serviram bebidas. fui de uísque. o rajada não quis nada, estava meio enjoado. chegaram as mulheres e, para minha absoluta desgraça, a malu se encantou com o rajada! acho que viu que o sujeito estava mais pra lá do que pra cá e ia ser dinheiro fácil.
- que bosta!
- os quartos ficavam no andar de cima daa casa. era preciso subir uma escada em círculo, que deixava um vão no meio. lá foi o rajada com a malu. pensei: tudo bem, afinal é por uma causa nobre. decidi não comer ninguém, fiquei apenas com uma mulata no colo e o copo de uísque na mão, jogando conversa fora. aí a gente escutou, lá de cima, o rajada gritando o meu nome.
- que é isso?
- é, ele não parava. achei melhor subir e ver o que estava acontecendo. quando cheguei, vi que ele estava no banheiro, sentado na privada, a malu abanando ele. ao me ver, falou com a voz empastada: posso comer a malu?
- não! não!
- sim. eu disse pra ele: come logo, caraa. e desci. o pessoal, quando soube, caiu na gargalhada. mas o melhor estava por vir. todo mundo bebendo e rindo quando uma carteira de dinheiro caiu pelo vão da escada e foi pro chão: PLOFT! todo mundo se olhou, não entendendo nada. depois caiu uma calça, uma camisa e uma cueca.
- é o que estou pensando?
- é. o retardado, com medo de ser roubaddo, jogou a carteira e as roupas pelo vão da escada.
- este rajada... ô garçom, traz mais umaa cnodnesroc pra nós!

(c) 2001 by you-guess-who... não adianta duvidar: tudo escrito aqui é a pura verdade. citamos o nome da cnodnesroc mas aparentemente o pessoal da cervejaria não quer nos patrocinar. putos. não nos responsabilizamos se a leitura destes textos provocar danos morais, enrubescimento, ereções, divórcios ou cancro mole. ainda aceitamos trabalho voluntário na redação, desde que seja uma voluntária cheirosa, gostosa, malemolente e que goste de uma boa mordida na nuca. se é que você me entende.

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