O Segundo Estupro

Por  Diane Wilson


 
Investiguei tudo o que foi publicado pela Watchtower Society com relação ao "estupro", até onde me foi possível. Apesar de possuir o Índice 1935-1980, minha biblioteca pessoal não alcança títulos anteriores ao ano de 1969, por isso, meu marido foi ao Salão do Reino fazer-me fotocópias dos artigos desde 1964 até 1968. Não é incrível que apenas pelo simples fato de se fazer fotocópias de publicações antigas tenhamo-nos convertido em pessoas suspeitas? Suponho que antes de 1964, a Sociedade também publicou outros artigos sobre o estupro, porém, como é seu costume, os suprimiu de seus Índices, pretensiosamente "completos". Já me dei conta de que fazem o mesmo com muitos outros temas, porém não tenho nenhum meio de verifica-lo.

O que averiguei.

Às vezes é preferível resistir ao estuprador mas não em todos os casos. Cabe somente a mulher tomar esta decisão e não a um grupo de velhos sentados em uma sala segura em algum lugar de Nova Iorque, que não tem a mais remota idéia do que é se ver diante de uma situação como esta, porque possivelmente nenhum homem tratou de estuprá-los até agora.

Fiz alguns cursos de autodefesa para as mulheres na YMCA. Também aprendi que a maior parte das vezes que as mulheres lutam quando são atacadas de surpresa, não lhes serve de nada, inclusive pode ser pior porque desperta a hostilidade do agressor, a não ser, está claro, que a mulher conheça os lugares vulneráveis e saiba aplicar os golpes adequados com as mãos e os pés nos lugares onde mais dói...Assim, se ela é capaz de atuar rapidamente, tem claramente as idéias do que fazer e sabe dar seus golpes com precisão, neste caso seria útil lutar. É o instinto feminino, no momento da agressão, que deve julgar a situação e enfrentá-la. Somente a mulher tem o direito de tomar esta decisão, um direito, diga-se de passagem, que lhe nega a Watchtower Society. Por culpa desta atitude repressiva, a Sociedade, desde sempre na atualidade, faz vítimas entre as vítimas.
 
Os pontos de vista dogmáticos da Sociedade são realmente perigosos. Para mim são tão danosos que rompem a relação com Deus. Dizia à mim mesma: "Se Deus é assim como pintam, então não gosto nada Dele." É muito triste que representem a Deus com cores falsas e que por culpa disso a pessoa se desvie Dele e se sinta tão só e desconsolada. Creio que é muito difícil superar esse tipo de ferida emocional.
 
A Watchtower Society se vangloria de "dar a conhecer o nome de Deus", porém eu creio que o que faz realmente, é desviar as pessoas de Deus por meio de uma sutil programação das mentes. Consideremos por exemplo o problema dos estupros. Quando eles dizem que "o estupro é fornicação se a mulher não gritar" e que neste caso ela merece desassociação (destruição eterna, segundo eles), inculcam nas mentes das Testemunhas de Jeová algumas idéias sobre Deus que são extremamente negativas e ofensivas, lhes fazem crer que Deus não compreende os temores e emoções das mulheres, que é muito injusto e nada compassivo e que parece interessar-se mais pelas aparências do que em conhecer os corações das pessoas para conhecer suas verdadeiras motivações. Mesmo que a Watchtower Society não tenha feito tais declarações com respeito a Deus, isto está implícito quando declara que "o estupro é o mesmo que a fornicação se a mulher não gritar".
 
Meus sofrimentos pessoais sobre este tema não são o resultado do que me disseram os anciãos. A verdade é que não me disseram nada sobre este assunto em absoluto! Eles vem como resultado de um acúmulo de programas mentais da Watchtower Society ao cabo de muitos anos. O que me deixa doente, é o dano que se tem causado a muitas mulheres, assim como o modo insensível da Sociedade tratar os sentimentos das pessoas. Quando escrevem artigos sobre temas tão emocionais como o estupro, duvido de verdade que pensem no efeito que seu ponto de vista mutante tem nas pobres mulheres que tenham sofrido essa terrível experiência. Não existe nem a menor desculpa para este tipo de comportamento insensível. Observemos a conduta instável da Watchtower Society no transcurso dos últimos anos.
 
Assim fala o Corpo Governante das Testemunhas de Jeová:

É o estupro igual a fornicação se a mulher não gritar?

A resposta da Watchtower Society em alguns momentos:

SIM

"se uma mulher cristã não gritar e não fizer todo o esforço de se livrar, ela será considerada como consentindo na violação...se se submeter aos desejos passionais de um homem, ela não somente estará consentindo na fornicação ou o adultério, mas também estará sendo flagelada com a vergonha". A Sentinela 1 de Abril de 1964, pág. 223

 

Senhores, por favor... O estupro não é um ato de paixão, e sim um ato de violência! Por acaso o Deus da Watchtower está tão limitado, que é incapaz de ler no coração da vítima para saber se trata-se de estupro ou de fornicação?


A Sentinela citada segue dizendo:
"A mulher cristã tem o direito de lutar até a morte por sua virgindade ou fidelidade matrimonial."

A Bíblia nem diz que gritar ou lutar até a morte sejam exigências divinas! Quantas mulheres Testemunhas de Jeová foram mortas sem necessidade por culpa desta insânia?

A Sentinela de 15 de maio de 1969 pág 317:
"Por que deve uma mulher cristã resistir até a morte em um caso de estupro? Porque é uma atitude que envolve sua virtude e o consentir é consentir a fornicação. Tem que ver com integridade às leis de Jeová".
 


NÃO (implícito)

"Estupro": Relações sexuais ilícitas sem o consentimento da mulher, que é constrangida pela força, coação intimidação ou engano quanto à natureza do ato. (Ajuda ao Entendimento da Bíblia pág. 559)

"Fornicação": Relações sexuais por acordo mútuo entre duas pessoas não casadas entre si. (Ajuda ao Entendimento da Bíblia pág. 630)

Segundo as próprias definições da Sociedade, estes dois termos tem significados opostos, como acabamos de ler. Um não é sinônimo do outro. A fornicação implica em consentimento mútuo e não pela força, nem por intimidação, etc. Quando existe força ou intimidação trata-se de um estupro...


 
SIM

Ao enfrentar uma ameaça de estupro...advertindo-a para que não gritasse, aproximou a mão do fecho ecler da blusa dela. Ela exclamou: "Não! Não! Isso não!" e lhe disse que se a tocasse ela gritaria como jamais havia gritado antes e que se tinha que atirar que atirasse agora porque se ela não gritasse estaria como morta de qualquer maneira. Ela lhe disse que o casamento era honroso perante Deus e que ela era casada, por isso queria mantê-lo honroso. Também, que se ela não gritasse arruinaria sua relação com Jeová Deus e a congregação cristã; que então ela seria expulsa ou desassociada da congregação e que isto seria para ela pior que a morte.
Despertai! 22 junho de 1974 (Edição em espanhol)
 


NÃO (implícito)

Como Reagem a Maioria das Vítimas?
É Compreensível que a mulher confrontada com a ameaça de estupro talvez fique aterrorizada. Com efeito, dois professores da Faculdade de Boston, EUA, depois de entrevistarem 80 vítimas de estupro, comentaram: "A reação primária de quase todas as mulheres ao estupro foi a de temor." E o problema é que tal temor pode ser paralisante.
Uma vítima de estupro forneceu a seguinte ilustração: "Já viu um coelho paralisado diante do brilho dos faróis dianteiros de seu carro quando percorria uma estrada à noite? Estava petrificado - como se soubesse que iria pegá-lo - foi isso que aconteceu." Amiúde, juntam-se ao temor a confusão e a incerteza. Exemplificando, uma jovem de 19 anos explicou: "Não lutei jamais fisicamente contra ele, em parte por estar aterrorizada, mormente devido a que, em minha ingenuidade, eu achava que uma jovem tem de fazer o que lhe mandam. . . . Eu fiquei totalmente confusa e indefesa contra a inteira repentinidade do ato."
Ela reagiu como muitas outras o fizeram em circunstâncias similares. Submeteu-se ao homem. Poucas estão preparadas para resistir - ou para resistir com todas as suas forças. Elizabeth R. Dobell, escrevendo na revista Seventeen (Dezessete Anos), fez essa surpreendente revelação: "Em apenas um dos 4.057 casos de estupro comunicados à polícia na cidade de Nova Iorque, em 1974, houve um ato de resistência. . . . O profundo terror, em face das ameaças físicas, simplesmente deixa indefesas a maioria das mulheres."

Despertai! 8 de janeiro de 1981

 

Neste artigo intitulado "O crescente terror do estupro", a Sociedade tenta desculpar sua atitude. Descreve claramente que o estupro causa terror e a mulher como a vítima, coisa que não corresponde a sua definição de fornicação. O artigo reflete certa compaixão, relatando a experiência de uma vítima de estupro e reconhece que algumas mulheres podem estar muito confusas e ser incapazes de lutar devido ao profundo terror que são submetidas. Fala-se somente de estupro e o artigo o reconhece como crime violento e nunca como uma fornicação. Pode ser que algumas mulheres, Testemunhas de Jeová, que foram estupradas, tenham encontrado algum consolo com o pensamento de que Deus, tal como representado pela Sociedade, possa, depois de tudo, compreender as emoções de uma mulher.

 

SIM

Como Evitar a Tragédia do Estupro
Lá em setembro de 1974, a revista Despertai! descreveu como certo homem, com revólver, manteve presas duas Testemunhas de Jeová num quarto de hotel. Quando ele procurou abrir o fecho ecler da blusa duma das moças, ela exclamou: "Não! Não! Isso não!" Disse-lhe que se tocasse nela, ela gritaria como ele nunca tinha ouvido alguém gritar antes. Explicou que, se não gritasse, estragaria sua relação com Jeová Deus e a congregação cristã. (Veja Deuteronômio 22:22-29.) Sua firme exigência: "Não me toque nem chegue perto de mim", manteve-o afastado.
Esta mulher fez a coisa biblicamente apropriada, o que é realmente a melhor coisa a fazer. A mulher cristã está sob a obrigação de resistir, pois está envolvida a questão da obediência à lei de Deus de "fugir da fornicação". (1 Cor 6:18).

A Sentinela 15 de abril de 1981 pág. 7

 

A atitude compreensiva que qualquer mulher possa ter encontrado no artigo anterior, se desfaz ao ler este artigo publicado apenas cinco meses mais tarde. Neste artigo, a Watchtower Society reafirma sua antiga posição sobre o estupro. Incrível! Se uma mulher é violentada sem haver gritado, de novo é premiada com a desassociação. Poderíamos nos perguntar porque o fato de ser atacada por um estuprador, arruína as relações entre uma mulher e Deus. Será que Deus não compreende seu temor, sua desorientação, sua confusão? Acaso não sabe Ele muito bem que ela é inocente? Não conhece Ele o seu coração?
A Sociedade diz que ser estuprada sem gritar é como haver cometido fornicação e por isso merece a desassociação ( O que segundo a Watchtower Society, equivale a morte eterna, sem nenhuma esperança de ressurreição). Poderíamos nos perguntar: Desde quando a fornicação é um pecado imperdoável? Em outros casos, a Sociedade reconhece que os pecados como o da fornicação podem ser perdoados se existe arrependimento. Porém pergunto: por que neste caso não é assim? É pelo fato de ter sido estuprada? É pior isso que cometer deliberadamente a fornicação? Por que isso é castigado com a morte eterna? Desde quando sofrer um estupro é um pecado imperdoável? Dizendo isso às pessoas, ensina a Watchtower Society que Deus é amor e justiça? Estão honrando a Deus com seu ponto de vista?

 

NÃO

Definição de "fornicação".
O podemos entender aqui por "fornicação"? A palavra grega usada neste texto é "porneia". O homem ou a mulher a quem se estuprou ou ultrajou sexualmente contra a sua vontade não será culpado de porneia.

A Sentinela de 15 de Julho de 1983, pág. 30

 

Numa nota ao pé da página, a Watchtower Society declara que quando uma mulher é estuprada pela força não é culpada de fornicação. É bem possível que as mulheres Testemunhas de Jeová que já sofreram um estupro puderam respirar aliviadas ao ler esta Sentinela! Menos mal!

 

SIM

"Sua consciência ficará limpa. (Mesmo que seja violada, não sacrificará seu auto-respeito ou sua pureza diante de Deus.)". Despertai! de 22 de Maio de 1986, pág. 23

 

Esta afirmação consta em uma lista de pontos que indicam o porque da necessidade de resistir ao agressor desde o princípio: Gritando e lutando, se tem a garantia de conservar a pureza diante de Deus. A Sociedade insinua deste modo que se uma mulher não grita nem resiste, ela não continuará pura aos olhos de Deus e será culpada de cometer fornicação.

 

NÃO

"A Bíblia deveras apóia a idéia de que uma mulher atacada por um violador deve gritar e resistir a ele. Na verdade, a reação da mulher deve ser de acordo com sua avaliação do perigo que sua vida corre, e cremos que isso se acha abrangido no destaque na página 23 (22 de maio de 1986). Deve-se ter presente que submeter-se ao estupro não fornece garantias de que a vítima não será espancada ou morta depois disso. Veja o artigo "Elas Resistiram a Violadores" na edição de 22 de agosto de 1984". Despertai! de 22 de setembro de 1986, pág. 28

 

Então? Já não é necessário morrer para conservar a pureza diante de Deus? Quantas vezes Deus vai mudar de opinião? Tentam sair pela tangente dizendo: "Cremos que isso se acha abrangido no destaque na página 23 (Despertai! de 22 de maio de 1986)".

 

NÃO

Mitos e realidades do estupro
A seguir alguns dos conceitos errôneos que existem já por muito tempo sobre o estupro, que servem para pôr a culpa na vítima e perpetuar as atitudes que incentivam os criminosos:

Mito: O estupro acontece só quando a mulher é atacada por um estranho.
Fato: A maioria das mulheres que são estupradas são atacadas por alguém que conhecem e em quem confiavam. Certo estudo constatou que 84 por cento das vítimas conheciam os agressores e que 57 por cento dos estupros aconteceram em encontros. Uma em cada 7 mulheres casadas é estuprada pelo próprio marido. Os estupros são violentos e emocionalmente traumáticos, seja o agressor um estranho, o marido ou alguém com quem se tem um encontro.

Mito: Só é estupro se a mulher mostrar evidência de resistência, como equimoses.
Fato: Quer tenham resistido fisicamente, quer não, poucas mulheres mostram evidência visível, como equimoses ou cortes.

Mito: A vítima de estupro leva parte da culpa a menos que resista ativamente.
Fato: O estupro, por definição, ocorre quando se usa força ou ameaça de força para realizar a penetração sexual, de qualquer tipo que seja, contra a vontade da pessoa. É o uso de força pelo agressor contra uma vítima relutante que o torna um estuprador. Assim, a vítima de estupro não é culpada de fornicação. Como uma vítima de incesto, talvez seja obrigada a sujeitar-se a um ato que não deseja por causa do poder que outra pessoa detém sobre ela. Quando uma mulher é forçada a submeter-se a um estuprador por estar aterrorizada ou desorientada, isso não significa que ela consente o ato. O consentimento se baseia em escolha sem ameaça e é ativo, não passivo.

Mito: O estupro é passional.
Fato: O estupro é um ato de violência. Os homens estupram, não unicamente por sexo, mas para sentir que têm poder sobre outra pessoa.

Mito: A mulher pode provocar ou seduzir o homem a ponto de ele não poder controlar seu impulso sexual.
Fato: Os homens que estupram não têm impulso sexual mais forte do que outros homens. Ao contrário, um terço dos estupradores não conseguiu consumar o ato sexual. Na maioria dos casos, os estupros são atos planejados, não impulsos espontâneos. Tanto o estuprador estranho como o conhecido geralmente premedita apanhar a vítima - o estranho ficando à espreita até que ela esteja sozinha, o conhecido arranjando uma situação em que ela fique isolada.

Mito: As mulheres inventam o estupro para vingar-se de um homem ou porque se sentem culpadas por terem tido relação sexual.
Fato: Denúncias falsas de estupro ocorrem na mesma taxa de qualquer outro crime violento: 2 por cento. Por outro lado, os pesquisadores concordam que pouquíssimos casos de estupro são denunciados.

Mito: A mulher pode "pedir" para ser estuprada usando roupas provocantes, tomando bebidas alcoólicas, deixando que o homem pague as contas ou indo à casa dele.
Fato: O fato de a mulher usar de mau critério, ser ingênua ou ignorante não significa que ela merece ser estuprada. A responsabilidade pelo estupro cabe toda aos estupradores.

Da Despertai! 8 de Março de 1993, sob o tema "A realidade do estupro".

 

Agora a Watchtower Society nos sai com essa! Finalmente considera o tema do estupro de maneira razoável! Porém é muito curioso observar que, o que antes se considerava como uma "verdade" absoluta, como num passe de mágica, converte-se num mito. Não aparece em nenhuma parte do texto, que este ponto de vista é totalmente oposto ao mantido e publicado até então pelo "canal" de Deus. Nos anos anteriores ensinavam exatamente o contrário e exigiam das mulheres que seguissem este ensino ao ponto de perder a vida. ( Há muitos casos que demonstram o que estamos dizendo).
Como já é de seu costume, a Sociedade se isenta da responsabilidade e não aceita nenhuma culpa pela possível morte de numerosas mulheres Testemunhas de Jeová que mantiveram a posição da Sociedade. Nunca apresentou nem a mínima desculpa por todo o dano mental e sentimento de culpa que causou a estas pobres mulheres. Me pergunto: Quantas mulheres abandonaram a Deus totalmente por culpa desta posição da Sociedade, segundo a qual, um estupro é igual a fornicação em todos os casos em que a mulher não gritar? Podemos ter idéia do estado de profundo desespero acarretado por essa experiência? Quantas delas viram, nestes casos, um Deus desprovido de sentimentos? Quantas, provavelmente, se suicidaram ou se desviaram para uma vida sem propósitos, ao sentir-se desprezadas por Deus ou entraram em depressão?
Na Despertai! de 8 de março de 1993, pág. 7 se apresenta o seguinte..."Perfil de um estuprador em potencial", porém poderia ser intitulado também como: "Perfil de um estuprador espiritual". Creio que pelo menos sete dos doze tópicos citados, aplicam-se diretamente a Watchtower Society:

Perfil do estuprador em potencial

o Abusa emocionalmente de você, insultando-a, ignorando suas opiniões, ou ficando irado ou aborrecido quando você dá uma sugestão.

o Tenta controlar certos aspectos de sua vida, como sua maneira de vestir e seus amigos. Quer tomar todas as decisões num encontro, como onde comer e a que filme assistir.

o Fica enciumado sem motivo.

o Menospreza as mulheres de modo geral.

o Intimida-a.

o Não consegue lidar com a frustração sem ficar com raiva.

o Não a encara de igual para igual.
Despertaí de 8 de março de 1993, pág. 7

 

Concluindo:

Às vezes a pétala da margarida diz SIM e outras vezes diz NÃO, sobre o lutar ou não contra um estuprador. Deveria ser a mulher a decidir, segundo seus instintos femininos, no momento da agressão. Mas a Watchtower Society rechaça o direito de decisão da mulher. Por sua atitude extremamente repressiva, comete um segundo estupro na mulher e transforma as vítimas em vítimas ainda maiores, agredidas duplamente.
Seus dogmas sobre o estupro tem afetado gravemente minha relação com Deus, porque eu dizia à mim mesma: "Se Deus é assim como o descreve a Watchtower Society então, neste caso, não me interesso mais nem um pouco por Ele". E todavia me encontro incapacitada de expressar exatamente meus sentimentos porque, no fundo do meu coração, cheguei a odiar a Deus por ser tão injusto e guiar-se por aparências tão enganosas, ao invés de ler nos corações das pessoas e conhecer assim seus verdadeiros motivos.
Creio que é muito difícil passar por alto os danos emocionais que este tema provocou em mim. Daniel Silverman, diretor-chefe do programa de ajuda às vítimas de estupradores no hospital Beth Israel de Boston, disse: "Nada deterá alguns estupradores e por isso nenhuma mulher deveria sentir-se culpada se não conseguir escapar desta violação [...] O melhor que se pode fazer é simplesmente sobreviver".
Se a Watchtower Society continuar repetindo suas contradições, as mulheres vão sentir-se como bolinhas de pingue-pongue, jogadas de um lugar para outro pelas mensagens contraditórias das Testemunhas de Jeová.



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