Stephens
(Guilherme).
n.
f. [1802].
Estrangeiro
ilustre a quem Portugal deve um dos seus mais importantes
estabelecimentos industriaes, a fábrica de vidros da Marinha
Grande.
Tendo
vindo para Portugal no tempo do marquês de Pomba, foi por ele muito
protegido, porque o auxiliava na sua grande empresa de regenerar a
indústria do país. Com carvão do pedra que mandava vir da Inglaterra
livre de direitos, explorava para os lados de Alcântara uns fornos
de cal, e a 7 de Julho de 1769 inaugurava a fábrica de Marinha
Grande, que vinha fundar em Portugal a industria do vidro,
emprestando-lhe o Estado 32 contos de reis sem juro nem limite de
tempo, podendo fazer os pagamentos parciais, em cal para as obras
públicas, dos fornos que Stephens possuía em Alcântara. El-rei D.
José ainda lhe concedeu a permissão de gastar toda a lenha que lhe
fosse precisa para a fábrica do pinhal do Estado, gratuitamente.
Todos estes privilégios deviam durar por espaço de 15 anos, segundo
o alvará de 7 do Julho de 1769, nas foram acrescentados em 1776 com
diversas providencias e regulamentos, sobre o fornecimento,
declarando-se na respectiva provisão, que a fabrica ficava sob a immediata
protecção do rei, como util ao bem publico, e ao dos pinhaes, na
suposição, de que sendo bem e conscienciosamente dirigido o
corte das lenhas, não prejudicava, antes melhorava os pinheiros, que
se limpavam da lenha seca que é o que só era lícito
aproveitar.
Esta
fábrica está já minuciosamente descrita no vol. IV do Portugal no artigo Marinha Grande, assim como
alguns dados biográficos do fundador e de seus irmãos Diogo e João
Stephens, que foram os seus sucessores, sendo por fim a fabrica
entregue ao país, como prova de gratidão ao Estado.
Transcrito por
Manuel Amaral
|
Portugal - Dicionário Histórico,
Corográfico, Heráldico, Biográfico, Bibliográfico, Numismático e
Artístico, Volume VI, pág. 1110.
Edição em papel ©
1904-1915 João Romano Torres - Editor Edição electrónica ©
2000-2001 Manuel Amaral |