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Oficina do Riso organiza cursos e workshops para
empresas interessadas em investir na formação
humanística de seus profissionais. |
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A
ARTE DA PALHAÇADA |
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Ramón Lemos (sem maquiagem de
palhaço), com alguns de seus alunos.
As pessoas que aprendem a arte de ser
clown tornam-se menos exigentes
consigo mesmas e, em conseqüência,
podem ser mais flexíveis em seu
dia-a-dia. Através de exercícios
específicos, resgatam o humor e a
espontaneidade que não conseguem
exteriorizar. |
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.... Em
São Paulo, um ator dá um curso
disputadíssimo, freqüen-tado até por
profissionais liberais, onde as
pessoas descobrem seu lado palhaço -
para serem mais felizes e saberem
lidar melhor com crianças. Muitas
usam o que aprenderam para mais
tarde serem voluntários em
instituições que abrigam crianças
carentes ou doentes.
-
Ator
de teatro há 20 anos, tendo
trabalhado em várias peças
produzidas por Antônio Fagundes,
Ramón Lemos hoje é professor de uma
arte muito especial: a arte de ser
palhaço. Seu curso, em oito aulas
semanais, é um sucesso em São Paulo
- e tem atraído pessoas que nunca
sonharam em fazer palhaçadas. Muitas
delas sentiam-se travadas e
incapazes de colocar para fora sua
face mais infantil e ingênua, neste
mundo em que as pessoas apenas
aprendem a se esquivar da crueldade.
Depois do curso, dizem-se outras
pessoas - mais abertas, mais
espontâneas e otimistas - mesmo que
não tenham a intenção de se tornarem
palhaços. O curso, portanto, é uma
"limpeza" de alma, que funciona como
uma terapia prática em oito lições.
Os benefícios no dia-a-dia para quem
faz o curso?
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Segundo Ramón, o curso é um
instrumento de auto-conhecimento.
''As pessoas aprendem a não se levar
muito sério, rir de si mesmas e de
seus erros. O resultado disso é que
elas deixam de ter a necessidade de
serem infalíveis. De modo geral, vão
encarar a vida de forma mais
tranqüila". Apenas um ou outro aluno
usará o que aprendeu para utilizar
numa atividade profissional.
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"Muitos usarão a arte do clown para
se tornarem voluntários que brincam
com crianças". Os palhaços nasceram
na Idade Medieval, no meio de
camponeses. Sua essência é a
ingenuidade, a sinceridade, a
pureza, a simplicidade do
raciocínio. Ele faz rir justamente
porque não tem um raciocínio
elaborado. Para tirar uma cadeira do
lugar, por exemplo, o palhaço usa as
formas mais difíceis. É o processo,
e não a conclusão do ato, que faz as
pessoas rirem. Daí a cumplicidade
com a platéia, em qualquer lugar do
mundo. "Uma pessoa que aprende a ser
palhaço consegue resgatar a alegria
que tem dentro de si mas que era
incapaz de exteriorizar".
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-
Nariz de palhaço
Mas, segundo Ramón, seu curso não
é de interpretação. "O palhaço não
interpreta. Pessoas que
simplesmente representam não têm o
raciocínio de um palhaço - e não
fariam nenhum sucesso com as
crianças" Por isso, Ramón dá aos
alunos uma série de exercícios que
permitem a eles resgatar a arte da
palhaçada - ou do "clown", como
dizem os ingleses. Aliás, Ramón
aprendeu o ofício na Inglaterra,
num curso especializado. Uma
pessoa tímida e totalmente
introspectiva pode ser um palhaço?
Claro, diz o professor - desde, é
claro, que o candidato esteja
disposto a deixar aflorar seu lado
clown. Ele cita o exemplo de
Buster Keaton, famoso cômico
americano conhecido como o homem
que nunca sorria. Exercícios
especiais, brincadeiras e jogos,
como a imitação de bichos, noções
de mímica, expressão corporal e
vocal descontraem os alunos e
"destravam" sua sisudez. Na
segunda aula, os alunos já estão
usando o nariz vermelho de
palhaço. Mas Ramón aproveita para
fazer uma reclamação: "Ser palhaço
não é sinônimo de ser burro ou
otário. Muita gente coloca nariz
de palhaço para dizer que foi
feita de bobo ou idiota".
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fonte:
Revista ABCFARMA, n° 123 - 10/2001 |
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