NOVA FRIBURGO (RIO DE JANEIRO)

BERÇO DA COLONIZAÇÃO ALEMÃ NO BRASIL









A colonização alemã no Brasil


Há quase 200 anos, em Nova Friburgo, começava e ser escrita uma história de suor e lágrimas, de idealismo e tenacidade, de amor e coragem: a história dos imigrantes alemães que aqui chegaram em 3 de maio de 1824, em busca da prometida terra fértil, onde pretendiam fincar suas raízes, trabalhar, viver e morrer em paz. Iniciava-se, assim, no generoso solo friburguense, a colonização germânica em nosso país, que continuaria pouco depois, com a chegada de outros colonos a São Leopoldo, no sul do Brasil.


Os Primeiros

Nova Friburgo foi fundada com a chegada de famílias de colonizadores suíços entre os anos de 1819 e 1820, contratados por ordem de D. João VI. Esses pioneiros tiveram que enfrenar muitas dificuldades tanto na viajem quanto de adaptação ao clima tropical resultando em centenas de mortes, além disso foram-lhes entregues terras de péssima qualidade, apesar de terem tido regalias que os alemães não tiveram; como passagem paga pelo governo português, que ainda lhes davam subsídio anual. Além dessa ajuda, foram amparados por uma sociedade de beneficência suíça existente no Rio de Janeiro.
Com isso, os suíços não se interessaram suficientemente pela terra friburguense. Aos poucos foram se dispersando, subindo até Cantagalo a se ramificando pelas regiões próximas, em busca de terras férteis e mais acessíveis. Assim, a colônia sonhada por D. João VI atravessava muitas dificuldades já em 1824, quando para ela voltou seus olhos o Imperador D. Pedro I.


Chegam os alemães


No começo de 1824 cerca de 400 alemães estavam em Niterói, nos edifícios da antiga Armação de São Domingos (Centro de Armamento da Marinha), aguardando a decisão do governo, sobre o local onde iriam se estabelecer definitivamente, foi então que D. Pedro decidiu sua partida para a colônia de Nova Friburgo, nesse sentido remetendo instruções a 5 de abril de 1824 ao Monsenhor Pedro de Miranda Malheiros, encarregado dos serviços de imigração e colonização. Monsenhor Miranda prontamente comunicou as providências necessárias ao administrador da Vila de Nova Friburgo, a 8 de abril e a 15 foram-lhe também enviadas instruções quanto à localização dos colonos, com ordem para o início imediato do trabalho de lavouras. Os alemães chegaram em Nova Friburgo em duas divisões, a primeira em 3 de maio e a outra no dia seguinte, 4 de maio de 1824. Esses colonizadores, porém, haviam pago suas passagens de vinda, não receberam qualquer subvenção e custaram 16 meses para receber seus lotes de terra, prometidos em contrato. Com isso, ao entrarem de posse da terra, muitos já estavam desprovidos de recursos, outros desanimados, fato que não escapou à observação do Pastor Sauerbronn, seu acompanhante naquela empreitada.


O êxito da colonização alemã – escrevia ele em 1828 – seria bem maior se eles tivessem desde logo tomado posse dos lotes que lhes foram prometidos, o que ocorreu apenas 16 meses depois, quando muitos recursos já haviam sido empatados, sem retorno em qualquer tipo de produção vantajosa. Apesar disso, continua o manuscrito, os alemães igualaram e até superaram os suíços em seus trabalhos com êxitos. Já naquele tempo, Sauerbronn pregava a necessidade de melhores estradas para Friburgo. Suas observações a respeito da primazia da mão-de-obra alemã, também confirmaram e, recentemente, foram reconhecidos pelos próprios historiadores suíços que se têm ocupado da fundação de Nova Friburgo.


A contribuição alemã ao progresso

Teve notável influência no desenvolvimento sócio-econômico de Nova Friburgo a colonização alemã, aqui iniciada em maio de 1824. Oriundos de um continente onde a tecnologia agropecuária já havia atingido um nível mais elevado que o do nosso país, os alemães introduziram entre nós uma nova mentalidade e um sistema de trabalho mais produtivo.
As primeiras levas destinaram-se, como era previsto, para as atividades agrícolas. Mais tarde, porém, outros alemães vieram se radicar-se em nosso município e implantaram, no inicio do século, as primeiras industrias, que, a princípio, eram pequenas oficinas, onde eles próprios e alguns empregados dedicavam-se à tarefa manufatureira. No entanto, graças à qualidade de seus produtos, que tiveram excelente acolhida junto ao mercado consumidor, essas fábricas rapidamente se expandiram, passando a absorver uma crescente oferta de mão-de-obra.



Os Evangélicos

A primeira comunidade luterana do Brasil foi a dos alemães chegados em Nova Friburgo em 3 de maio de 1824, em 1827 os luteranos construíram seu primeiro Templo, no mesmo lugar onde haviam se estabelecidos assim que chegaram, na então “Praça do Pelourinho”, hoje Praça Marcílio Dias no Paissandu, mas as autoridades locais mandaram demolir. Somente em 1857 foi possível construir uma igreja perto do local anterior, obedecendo às leis vigentes, não tinha torre, nem sinos e nem nada que a diferenciasse de outras casas.
Foram diversas as causas para que a história da Igreja Luterana no Brasil começasse apenas em 1824: por motivos políticos e econômicos, Portugal não desejava imigração para o Brasil a não ser de portugueses. Mesmo com a vinda de D. João VI em 1808, nada mudou no setor religioso: a igreja Católica era a religião oficial e qualquer outro culto era proibido. A mentalidade só começou a mudar quando o príncipe herdeiro, Dom Pedro I se casou com uma princesa austríaca alemã, a arquiduquesa Leopoldina Carolina Josefa.



Observações Importantes

Através dos manuscritos deixados pelo Pastor Frederico Osvaldo Sauerbronn e documentos religiosos por ele cuidadosamente guardados, desde o início de sua atividade em Nova Friburgo, em 1824, permitiram aos seus sucessores estabelecer a cidade como o ponto exato em que se iniciou a colonização alemã no Brasil.
Ao contrário do que se pensa, dando-se ao sul do Brasil como ponto inicial da imigração de alemães, foi em Nova Friburgo que eles primeiro se estabeleceram, ali chegando a 3 de maio de 1824. Era tão importante esse núcleo que a Igreja Luterana de Nova Friburgo ficaram subordinados às próprias comunidades da então capital do Império coincidindo o estabelecimento da colonização alemã com a implantação no Brasil daquela Igreja.

É importante lembrarmos que as pesquisas apontam outros movimentos migratórios de alemães antes de 3 de maio de 1824, como na caravana de Pedro Álvares Cabral em 1500 onde haviam 34 militares "alemães", quando os holandeses invadiram o Brasil no século XVI, muitos vieram e se estabeleceram em Pernanbuco, em 1818 muitos foram contratados para trabalharem em fazendas de café no sul da Bahia e muitos outros que vieram para o Brasil em diversas épocas diferentes. Mas o que temos que levar em conta é o sentido da palavra colonização, que inclui determinar ativamente o desenvolvimento de uma região, preservando costumes e tradições do colonizador por um período histórico presumido de 50 anos, estabelecendo a identidade da região, social, cultural e economicamente, e neste caso, o berço da colonização alemã no Brasil foi Nova Friburgo, na região serrana do Rio de Janeiro, ou seja, uma imigração de caráter coletivo, de grande porte e oficial, contratada pelo imperador D. Pedro I com os "Estados" alemães (grupo que pertencia as levas que começaram a chegar em 1824, sendo que Nova Friburgo recebeu os passageiros do Argus e do Caroline, os dois primeiros veleiros a chegar, só a partir do terceiro veleiro chamado Ana Louise que começaram a ir para São Leopoldo no Rio Grande do Sul), com o Brasil já independente de Portugal, constituída de imigrantes, que prosperou e é ativa até hoje.







Baum, Becker, Berbert, Bröder (Breder), Brust, Class, Daudt, Eller, Emmerich, Faltz, Freese, Gradwohl (Grativol), Grieb (Gripp), Heinrich, Heringer, Hermann, Jünger, Klein, Laubach (Louback), Meyer (Mayer), Müller, Nagel, Nanz, Oberländer (Oberlander), Riegel, Ruperti, Sathler (Sattler), Sauerbronn, Schenkel, Schimidt, Schott, Schwab (Schuabb), Schwenck (Schuenck), Schwindt (Schuindt), Spamer, Storck, Wolf, Asth, Blaudt (Blaut), Boy, Brands (Brantes), Braune, Caesar, Engel, Erthal, Eyer, Heckert, Hermsdorff, Leuenroth, Schauss, Schmidt, Winter, Jungbluth, Kaiser, Ott, Ruperti, Ullrich, Caspary (Gaspary)





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