Capa(Fonte: ISTOÉ - Edição 1606 - 07/07/2000.)

Guerra aos planos - continuação
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Cansados dos abusos cometidos pelos convênios, médicos e consumidores tentam virar o jogo

Juliane Zaché, Lena Castellón e Mônica Tarantino

Calvário sem fim

Conheça algumas das dificuldades enfrentadas pelos médicos credenciados e usuários no relacionamento com várias operadoras:

PLANO
* CONSULTA
** PRINCIPAIS QUEIXAS
DE CONSUMIDORES
E MÉDICOS
O QUE DIZEM AS EMPRESAS
Amil
23,00
Reajuste e alteração de mensalidade por faixa etária.
Descredenciamento de médicos e atraso no pagamento
As medidas adotadas cumprem as determinações legais e a empresa alega queprocura manter o bom relacionamento com a rede credenciada e com os clientes
Blue Life
21,60
Reajuste de prestação fora do previsto e alteração de mensalidade por faixa etária A empresa tem autorizações da ANS válida de 06/2000 a 05/2001 para reajustar as mensalidades em 5,42%. O aval da Susep (Superintendência de Seguros Privados),dado em 04/99, libera os reajustes por faixa etária
Golden Cross
24,30
Conflito no percentual de reajustes. Ameaça de descredenciamento de médicos pela recusa em aceitar contrato para pessoas jurídicas. A empresa se livraria do recolhimento de 20% sobre a remuneração de autônomos Os reajustes são aplicados após aprovação dos órgãos competentes. A empresa afirma que redimensionou a rede de médicos referenciados e sugeriu a possibilidade de atuarem como pessoas jurídicas para reduzir custos. A empresa afirma que a decisão de quem preferiu manter-se como pessoa física foi respeitada.
Interclínicas
12,00
Reajuste por alteração de faixa etária. Negativas de atendimento (não autorização de exames, por exemplo) e atraso na liberação de exames Os reajustes estão previstos em contrato. A empresa afirma que promove a diluição do porcentual de reajuste em dez anos aos associados com mais de 60 anos e 10 anos de plano individual. No caso das queixas sobre negativas de atendimento e liberação de exames, a operadora afirma não ter condições de avaliar reclamações genéricas.
Saúde Bradesco
25,20
Rescindiu contrato com médico que atendeu paciente duas vezes no intervalo de 30 dias. Reduziu em 10% o valor pago aos exames complementares A Bradesco Saúde garante não restringir o número de consultas. Apenas solicita um relatório justificando a necessidade de um segundo atendimento. Por isso, a seguradora afirma desconhecer o caso do médico supostamente descredenciado. A seguradora afirma que, em alguns casos, houve renegociação de tabelas de serviços com alguns laboratórios
Samcil
10,50
Rescisão ou alteração de contrato (a empresa comprou a Unicor e deixou de oferecer algumas coberturas, como cirurgia plástica). Redução do valor da consulta pago ao médico de R$ 16 para
R$ 10,50
A Samcil afirma que nunca rescindiu um contrato com associado de forma unilateral. Também diz que os médicos são pagos de acordo com valores previamente acordados. Alega que a remuneração os coloca no topo da pirâmide social brasileira, com ganhos que só uma ínfima parcela da população consegue auferir
Sul América
24,30
Negativas de atendimento. O paciente não pode fazer consultas em um mesmo hospital em intervalo de menos de 15 dias A empresa diz não ter recebido nenhuma notificação do Procon ou da APM sobre os problemas mencionados
Unimed
25,00
Não pagamento de hospitais. Negativas de atendimento A operadora argumenta que, durante as renovações ou negociações sobre pagamentos, podem ocorrer breves interrupções nos atendimentos. Mas que tal situação não exclui a possibilidade de o usuário recorrer a outros recursos médico-hospitalares de igual nível
Marítima
24,30
Reajuste por alteração de faixa etária. Exigência de autorização para exames complementares (aqueles necessários em casos de doenças mais sérias) A operadora alega que todos os seus reajustes foram aprovados pela Susep e que segue as instruções da ANS. Quanto à necessidade de autorização para exames, a operadora assegura que apenas os exames especiais necessitam de pedido de autorização, ficando os demais isentos

* Valor pago aos médicos pela consulta. Quanto mais elevado, melhor a qualidade do atendimento

** Recebidas pelo Procon de SP, pela Associação Paulista de Medicina, pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo e por médicos que preferem ficar no anonimato

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