CRASE

 

            É a contração ou fusão da preposição a com os artigos definidos femininos (a, as) ou com os pronomes demonstrativos a, as, aquele, aquela, aquilo, que é marcado pelo uso do acento grave sobre a letra a.

 

           

a)      A única EXCEÇÃO é se indicar MODA, modo ou estilo.

Ex: Bife à cavalo.

Para estes casos acentuam-se todas inclusive as femininas: Apanhar à mão, Cortar à espada, Estou à toa, Fechar à chave, Entregue às moscas, Comida à vontade, voltei à noite.

PS: os pronomes “aquele” e “aquilo” indicam algo masculino, mas por fazerem parte da fusão, receberão crase tal como ocorrer com a preposição “a”, que recebe a crase exceto nas regras que se seguem.

 

b)      NÃO ocorre diante de TODAS as palavras femininas (obviamente!).

 

Casos que, diante de palavras femininas, a crase não ocorre:

 

1)       Diante de palavras de SENTIDO GERAL, não especificado ou subentendido.

Ex: Ele vive entregue a tristeza profunda.

             Todo empregado tem direito a licença.

            Reconheci-o a distância.

Pode ser qualquer tristeza, licença ou distância. Não está especificado uma ou não se subentende uma em específico. Sendo Reconheci-o à distância de cem metros, leva crase por causa da especificação.

Já nos casos: Fui à festa; e Agora não posso, pois vou à escola; embora também não especificado explicitamente, está subentendido que a pessoa se dirige a uma determinada festa e uma determinada escola.

 

2)       Nas expressões em que se repete a letra a separa a REPETIÇÃO da palavra.

Ex: Os inimigos estavam cara a cara.

       O líquido caia gota a gota.

 

3)       Se o “a” estiver no SINGULAR antes de palavras no PLURAL (salvo HORAS – ver a seguir).

Ex: Não compareço a festas públicas.

      Prender-se a idéias ultrapassadas.

 

4)       Antes de NUMERAL cardinal (EXCETO em caso de HORAS).

Ex: Você faz jus a uma recompensa.

      O vilarejo fica a duas léguas daqui.

Em se tratando de HORA ou TEMPO em geral, neste caso sempre haverá crase: O vilarejo fica à duas horas daqui. Sairei às cinco. Voltarei à noite.

 

5)       Antes de PRONOMES (EXCETO os de fusão) (e EXCETO possessivos, casos em que é facultativo).

Ex: Não sei responder a essa pergunta.

      Vocês chegaram a alguma conclusão?

      Trata-se de pessoas a quem respeito muito.

      A que profissão se destina o rapaz? 

Observe que os pronomes são: demonstrativo, indefinido, relativo e interrogativo.

 

6)       Antes de nome de LUGAR que se use SEM ARTIGO.

Ex: Vou a Londres ainda este ano.

      Foi a Roma e não viu o Papa.

Se você fosse dizer para alguém que sonhou com a imagem de várias localidades femininas e fosse narrar quais delas você viu, você diria: - Eu vi Londres, Paris, a Dinamarca, a Noruega,  Lisboa, a África, a Paraíba, Vitória, Nova viçosa, etc. Observou que, por instinto, você precedeu o artigo “a” antes de alguns lugares que você viu? Pois é, somente antes destas localidades é que ocorre crase, nunca antes dos demais.

 

7)       Antes de VERBO.

Ex: Começaremos a estudar hoje.

      Voltei a viajar semanalmente.

 

 

c)       Há casos em que o uso da crase é FACULTATIVO.

 

Casos em que o uso da crase é facultativo:

1)       Antes de NOME PRÓPRIO.

Ex: Darei o vestido a Carolina; ou: Darei o vestido à Carolina.

     

2)       Antes de PRONOME POSSESSIVO FEMININO.

Ex: Entregue as flores a minha irmã; ou: Entregue as flores à minha irmã.

       

 

 

RESUMO:

Masculino, só na moda. 

Feminino, só se não for: geral, repetição, numeral (exceto horas), singular com plural, verbo, lugar sem artigo e pronomes (exceto fusão e posse).

Facultativo só em nome próprio e possessivo.

 

AUXÍLO MEMÓRIA

Um homem, vestindo armani1, viu uma bela mulher sem “acento” na geral2do estádio, andando de banco a banco3 e apertando números4 no celular que não apareciam no visor, onde aparecia apenas as horas . Ao mesmo tempo ela dizia:

- “Eu queremos5 ... sentar6!” “Eu queremos ... sentar!” “Eu queremos ... sentar!.” 

Ouvindo esse jeito de falar o homem observou que ela era de algum lugar de fora, mas ela não portava artigo7 que indicasse de onde era ela. Então, para ajudar ele assoviou. Ela ouviu, veio até ele olhou pro nome8 dele no crachá, mas somente disse:

- Posso usar aquele, aquilo, aquela, sua assento?

Ele balançou a cabeça, consentido e lá se foi ela assentar-se feliz, mas antes dizendo seu nome próprio9 ao homem e comemorando:

- “Esta assento é minha10!” E depois completou: - Você pode guardar o meu nome e meu “acento”, ooouuu não! E, por fim, sorriu!

 

 

 

Na prova de crase, lembre-se da historinha e  escreva primeiro as regras a parte, antes de iniciar a prova.

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