Fórum Social Capixaba

Um outro Espírito Santo é possível

 

Programação

Dia 21/11 (quinta)

Abertura

Atividades culturais

 

Dia 22/11 (sexta)

Conferências

Oficinas

Atividades culturais

 

Dia 23/11 (sábado)

Conferências

Oficinas

Atividades culturais

 

Dia 24/11 (domingo)

Conferências

Oficinas

Atividades culturais

Notícias do Fórum Social Capixaba

 

 

Aula de cidadania no Fórum Social Capixaba

Stephanie de Oliveira

 

Nas palestras, as crianças "tiram de letra" assuntos que assustam qualquer adulto

 

Baixos salários, professores desanimados, escassez de material escolar, enfim, total descaso com a educação pública capixaba. Nem mesmo esse quadro decepcionante foi capaz de desanimar Ana Cristina Ferreira Maia, professora primária há mais de doze anos, na Escola Municipal de 1º Grau Suzete Cuendet, situada no bairro Maruípe.

Ana Cristina, que sempre trabalhou com alunos da primeira série e, este ano, resolveu trabalhar com crianças da quarta série, é a criadora do projeto "Educação também se aprende na escola", apresentado em oficina neste I Fórum Social Capixaba. A iniciativa, segundo a professora, surgiu da necessidade de conscientizar as crianças sobre a importância do processo eleitoral. Para tanto, o professor Artur Vianna foi convidado para falar sobre política. "O resultado desse primeiro passo estamos vivenciando agora. Temos um grupo de 90 alunos, na faixa etária entre 10 e 11 anos que promovem palestras sobre cidadania, ética, política e discriminação", relatou a educadora.

Nas palestras, as crianças "tiram de letra" assuntos que assustam qualquer adulto. Artur Bruno Barreto de Souza, 10 anos, disse que precisamos lutar contra a Alca (Área de Livre Comércio das Américas) porque senão "o Brasil voltará a ser colônia. E ser colônia é ser um boneco deles (EUA)". E, quando questionados sobre para que serve a Alca, a resposta é unânime: "para tirar a soberania do Brasil".

Para Karolina Maria Lopes Gonçalves, também 10 anos, a Alca não será diferente do Nafta (acordo entre EUA, Canadá e México), pois se o Brasil aceitar os termos da Área de Livre Comércio viverá o que o México está passando: "pobreza, perda da identidade cultural e opressão norte-americana".

Os pais acharam a iniciativa muito boa, pois aumentou substancialmente o interesse das crianças pela escola, melhorando o relacionamento familiar, além da redução do índice de violência à metade.

Quanto ao preconceito, seja ele qual for, os estudantes garantem que quem o possui é ignorante e concluem dizendo que "o olho não vê caráter".

A idealizadora Ana Cristina, disse ter ficado surpresa com o desenvolvimento e interesse das crianças, pois não esperava que uma palestra se tornasse o fio condutor de um grande projeto. Segundo ela, o importante agora é tentar levar o processo adiante com a elaboração dos grupos em outras escolas incluindo, principalmente, o treinamento de professores. "Não é porque não recebemos um salário justo que temos de fazer um trabalho ruim", concluiu.

As crianças pretendem continuar o ciclo de palestras, que começou na Faesa, passando também por outras escolas municipais e pelo Fórum Social Capixaba, além de lançar um livro. Para eles, o Fórum Social significa uma forma de mudar a realidade e lutar por um mundo melhor. "O importante é cumprir com os deveres e exigir os seus direitos".
.

 

Stephanie de Oliveira é estudante de comunicação social

da Universidade Federal do Espírito Santo.

 

Para ler os outros textos, clique aqui

Hosted by www.Geocities.ws

1