Fórum Social Capixaba

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Notícias do Fórum Social Capixaba

 

 

Eucalipto

Luciana Boasquevisque

 

Por isso, deserto verde

 

Conhecendo o Deserto Verde é o tema das discussões do Grupo Rede Alerta, que realizou, nesta sexta-feira, uma oficina sobre o tema no Auditório do Centro de Ciências Humanas e Naturais - CCHN - às 14 h, como parte da programação do Fórum Social Capixaba. Estiveram presentes os representantes de algumas das entidades que formam o Rede Alerta, hoje, composto por aproximadamente 100 instituições do ES, MG, BH e RJ.

A oficina começou com o pronunciamento de Daniela, representante da Federação de Órgãos para Assistência Social e Educação - FASE, que esclareceu o que é o Rede Alerta, conjunto de entidades de interesses bastante diversos, mas com os propósitos de conscientizar as comunidades sobre a sua manutenção no seu meio natural, bem como, alertar sobre a sua vida bio-socio-cultural. Isso inclui também um alerta sobre os propósitos da Aracruz Celulose nas regiões onde são plantados Eucaliptos e onde constroem suas sedes.

A discussão seguiu com o pronunciamento de Derli Cassalis, um dos líderes do Movimento do Pequeno Agricultor - MPA. Derli questiona a plantação de Eucaliptos no lugar de outras árvores igualmente rápidas quanto ao crescimento e retorno. Como exemplo, ele cita o Pé de Jaca, cuja fruta rende ao agricultor R$ 0,20 o quilo e sementes, que são altamente nutritivas. Além disso, a madeira que, só em São Mateus, custa RS 3000,00 contra R$ 1000,00 do Eucalipto.

Seu discurso continuou contra o uso de pesticidas e transgênicos, que são utilizados sem saber das conseqüências nos humanos. Finalizou falando sobre os problemas sociais causados pela implantação da Aracruz, que reduziu a área para plantio do pequeno agricultor e também a inserção de seus produtos no mercado, já que a comunidade rural, com raras exceções, foi convencida de que seria melhor vender ou alugar suas terras para Aracruz Celulose.

Cassalis: depois da Aracruz, pequenos produtores perderam espaço

Em seguida, Marilda Teles, professora de geografia da UVV e da Unilinhares, e Tarcísio Fölger, estudante do curso de Geografia da Ufes, pronunciaram-se sobre as conseqüências biológicas do plantio de Eucalipto, que com suas raízes suga toda água do solo, tornado-o seco.

Contra o deserto verde: pela valorização da agricultura local

Essa desertificação prejudica a sobrevivência de espécies nativas e promove desequilíbrio ambiental e da pequena agricultura. Além disso, favorece o êxodo rural e outras conseqüências sócio-culturais, que ainda foram discutidas por Jilssa, Jairo e Gomes, convidados a dar depoimentos sobre suas vivencias.

Um outro ponto abordado foi a necessidade do compromisso das universidades com as pesquisas voltadas para a comunidade e não para a manutenção da lógica do mercado capitalista neoliberal.

Após as apresentações das idéias defendidas pelo grupo foi aberto um debate com o pequeno e qualificado público, para o qual, o Rede Alerta contra o Deserto Verde apresentou algumas alternativas. Dentre elas estão: Pesquisas sobre as comunidades remanescentes a atuação da Aracruz, valorização da cultura e da agricultura local, conscientização das comunidades sobre sua atuação e autovalorização, reciclagem e valorização do produto nacional.

Finalizou-se o evento com um protesto contra o "deserto verde" que saiu do Auditório do CCHN em direção ao Centro de Educação Física e do Desporto da Ufes - CEFED.

 

Luciana Boasquevisque é estudante de comunicação social

da Universidade Federal do Espírito Santo.

 

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