Fórum Social Capixaba

As atrações culturais da noite de sexta feira no fórum social capixaba destacaram-se pela diversidade. O público presente não poderia reclamar por falta de opções. De MPB á pontos do candomblé, passando por poesia e música internacional. A noite foi um bom exemplo de como o fórum é um espaço livre para todo tipo de manifestação cultural e artística.

Cláudia Colares

A primeira atração da noite foi a cantora Cláudia Colares que se apresentou um show voz e guitarra acompanhada do músico Juliano. Definido seu estilo como "musonordeste" Cláudia disse ter uma preferência por compositores desconhecidos. A cantora e a banda que a acompanha estão finalizando um CD com a produção de Sérgio Benevenuto e a participação do músico Paulo Calazans. Somente em janeiro eles voltam a fazer shows, já divulgando o novo trabalho.

Logo após aconteceu a apresentação de Rogério Leoni & Barra Vento. Rogério é arquiteto e esporadicamente apresenta-se em shows musicais. A organização do fórum o convidou a se apresentar e a oportunidade foi aceita. Privilegiando as manifestações populares Rogério elaborou um trabalho bem diferente cantando pontos e cantos religiosos acompanhado dos ogans da casa Izó Alafim de Iemanjá do Bairro de Fátima. Rogério tem um show marcado para dia doze desse mês no teatro do Sesi com músicas de Maria Betânia em voz e piano.

Rogério Leoni & Barravento

O público jovem aumentou quando o Sol na Garganta do Futuro subiu ao palco. Um show irreverente e "brincando com o plágio", como definiu o guitarrista Hugo reis. O Sol na Garganta fez sua performance misturando poesia e música. A banda seguinte manteve a juventude animada. Foi a vez do Verdeplástico que atualmente faz covers do Radiohead, mas já pretende apresentar composições próprias nos próximos shows usando a banda britânica apenas como referência.

Apesar da discrepância de estilos, todos os artistas ratificaram a importância da cultura como agente transformador da sociedade e aplaudiram iniciativas como o Fórum Social no Espírito Santo. Para Cláudia Colares o importante é que as pessoas percebem que cultura é tão necessária quanto feijão com arroz. Rogério lembrou que em toda manifestação cultural, se revive uma história passada ou se esta construindo uma nova história. Os representantes das bandas Verdeplastico e Sol na Garganta do Futuro, Rafael Almeida e Hugo Reis concordam que a cultura somente será um verdadeiro agente transformador quando toda a população começar a produzi-la. "Só vai mudar quando as pessoas começarem a subir no palco também. O negócio é despertar o interesse de se manifestar culturalmente. Um bom exemplo é o teatro do oprimido" exemplificou Hugo.

Cida Alves é estudante de comunicação social

da Universidade Federal do Espírito Santo.

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