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Notícias do Fórum Social Capixaba
Dívida com quem? Fernando Tonani
'Sem romper o jugo do FMI, falar de políticas públicas é falar no vazio'
A conferência Políticas Públicas e Alternativas ao Neoliberalismo iniciou, segundo os próprios organizadores, com uma boa notícia para os participantes do evento: a de que o TRE capixaba decidiu manter sua decisão de cassação do mandato do deputado José Carlos Gratz. O debate teve participação do ex-prefeito e atual deputado estadual do PT/RS, Raul Pont; o dirigente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e presidente do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), José Maria; e a atual secretária de planejamento de Belém, Jurandir Novaes.
Raul Pont iniciou a discussão comentando que a questão democrática é uma das questões mais importantes e que deve ser trabalhada em todas as suas dimensões, afirmando ainda que o sistema atual está longe de ser realmente participativo. "Com instituições que se distanciam da soberania popular, a falta de controle da sociedade sobre os eleitos e exemplos como o das eleições americanas, que colocaram Bush no poder, causam um desgaste do sistema e colocam a necessidade de se repensar o modelo, a sua constituição e sistema político (...) Eu não acredito que se possa pensar em políticas públicas sendo refém do Congresso Nacional". Seria preciso, de acordo com o deputado, construir uma democracia participativa, criando uma nova forma de relação do Estado com a sociedade, desenvolvendo mecanismos de luta e poder para os trabalhadores dentro do próprio capitalismo. Entre as experiências de participação popular, Jurandir Novaes citou o caso da prefeitura de Belém, que divulgou recentemente o lançamento do Fórum Pan Amazônico e a experiência do Congresso da Cidade, uma evolução do orçamento participativo que garante, agora, ao cidadão, maior poder de decisão no orçamento municipal. "Não se deve consultar a população apenas sobre obras ou como vai ser o jardim, mas discutir as origens dos recursos e prioridades sobre assuntos não apenas materiais", afirmou a secretária. A questão
da dívida externa também foi abordada, estando colocada
a necessidade de não pagamento da dívida externa, para se
conseguir as melhorias sociais. "Não vejo problema na moratória,
a Argentina já decretou, a Rússia também e nem por
isso aconteceu o caos que a mídia brasileira tanto alardeia quando
se discute a idéia", comentou Raul Pont.
Fernando Tonani é estudante de comunicação social da Universidade Federal do Espírito Santo.
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