Nutrição e o Cérebro Artigo original por Eric Chudler, PhD (site Neuroscience for Kids), tradução por Fernando Lage Bastos (NeuroKidsBr) |
O seu cérebro é como um carro. Um carro precisa de gasolina, óleo, água e outros materiais para funcionar adequadamente. O seu cérebro também precisa de certas substâncias para funcionar adequadamente: glicose, vitaminas, minerais e outras substâncias químicas essenciais. Por exemplo, o combustível (energia) do seu cérebro é a glicose, que pode ser obtida através da alimentação com carbohidratos e outros alimentos que podem ser convertidos em glicose. Para fazer coisas como criar novas conexões ou adicionar mielina, um componente gorduroso que recobre os axônios, o seu cérebro deve fabricar as proteínas e gorduras certas. O cérebro faz isto através da produção de novas gorduras e proteínas através da utilização de aminoácidos e ácidos graxos, que por sua vez são produtos da digestão de proteínas e gorduras no sistema digestivo. Sem a quantidade certa e o equilíbrio de certos componentes básicos, o seu cérebro não iria funcionar direito. Muito pouco (deficiência) ou muito (excesso) dos nutrientes necessários pode afetar o sistema nervoso. |
Vocabulário | |
Aminoácido:
Componente básico das proteínas. Quando muitos aminoácidos
são ligados, forma-se uma proteína.
Proteína: Uma molécula de grande dimensões feita de aminoácidos. Exemplos de proteínas são enzimas e hormônios. Vitamina: Substâncias provenientes de certos alimentos que ajudam no funcionamento adequado do corpo. Muitas vitaminas auxiliam em processos enzimáticos.
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Vitamina ou Mineral Essencial: Vitaminas e minerais que são necessários, porém não são produzidos pelo corpo, assim estas substâncias devem ser obtidas através da alimentação. Lipídios (gorduras): Nem todas as gorduras são ruins para você. Na verdade algumas delas são essenciais para o funcionamento adequado do corpo. Dois lipídios importantes para o cérebro são os ácidos graxos do tipo n-6 e n-3. Baixos níveis do tipo n-3 pode causar deficiências visuais, especialmente na retina. Estudos em animais mostraram que dietas sem ácidos graxos do tipo n-3, podem causar problemas no aprendizado, motivação e problemas motores, além de afetar outros sistemas que fazem uso dos neurotransmissores dopamina e serotonina no córtex frontal. Os ácidos graxos do tipo n-6 também são importantes para o funcionamento adequado do cérebro, pois afetam a liberação de neurotramissores, assim como influenciam a habilidade dos neurônios fazer uso de glicose. |
A Dieta e os NeurotransmissoresAlguns alimentos contém precursores (matérias-primas) para alguns neurotransmissores. Se uma dieta é deficiente de alguns precursores, o cérebro pode não ser capaz de produzir alguns neurotransmissores. Transtornos neurológicos e mentais podem ocorrer e o equilíbrio dos neurotransmissores pode ser perturbado. Exemplo de percussores dos neurotransmissores incluem:
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A Viagem até o CérebroOs nutrientes devem seguir uma longa viagem até o seu cérebro, vencendo uma série de desafios ao longo do caminho:
A Barreira Hemato-Encefálica (BHE)A barreira hemato-encefálico, mantém certas substâncias fora do cérebro, mas também permite que os nutrientes entre no cérebro. Podemos pensar na BHE como uma parede entre a corrente sanguínea e o cérebro. Para chegar aos neurônios, as substâncias devem passar pela BHE. Isto pode ser feito de 3 maneiras:
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Desnutrição e o CérebroA deficiência de vitaminas e minerais pode ser causada por:
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O cérebro de um feto humano cresce muito rapidamente entre a 10ª e 18ª semanas de gravidez. Por isto é importante que a mãe coma alimentos nutritivos durante este período. O cérebro também cresce rápido, entre o período logo antes e 2 anos após o nascimento. Desnutrição nestes períodos de grande crescimento cerebral podem ter efeitos devastadores no sistema nervoso e podem afetar não apenas os neurônios, mas também o desenvolvimento e crescimento das células da glia. O efeito nas células da glia pode mudar o desenvolvimento da camada (bainha) de mielina que continua a se formar em volta dos axônios ao longo de vários anos após o nascimento. Bebês cujas mães tiveram dietas pobres podem desenvolver alguma forma de retardo mental e problemas comportamentais. Além disso, crianças que não recebem uma quantidade adequada de nutrição durante os primeiros anos de vida podem desenvolver problemas futuramente. Frequentemente os efeitos da desnutrição e problemas ambientais, como abuso físico ou emocional, podem interagir para criar problemas comportamentais. Assim, o grau de problemas comportamentais é difícil de ser determinado. Alguns efeitos da desnutrição podem ser contornados com uma dieta adequada, já que nem todos os efeitos de dietas deficientes são prementes. Pesquisadores acreditam que o período onde ocorre desnutrição é um fator importante para determinar se um problema irá ocorrer. Isto significa que a falta de um nutriente importante em uma fase onde uma certa parte do seu cérebro está crescendo, irá provavelmente resultar em problemas nesta parte no futuro. |
Estudando a Conexão entre Nutrição-Cérebro-ComportamentoOs estudos sobre como nutrição afeta o cérebro e o comportamento é relativamente novo. Cientistas só recentemente começaram a entender como certos nutrientes afetam o cérebro como estas mudanças afetam a inteligência, humor, e a forma como as pessoas se comportam. Experimentos que estudam a interação entre nutrição-cérebro- comportamento são difíceis, especialmente aqueles que estudam os efeitos da desnutrição por diversos motivos:
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AVISO: Sempre consulte profissionais da área de saúde antes de iniciar uma dieta ou programa de suplementação alimentar, como a ingestão de altas doses de vitaminas e minerais. Uma pequena mudança na dieta pode ter um grande efeito na sua saúde.
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Para mais informações sobre nutrição e o cérebro, veja: |
Referências
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