Use a cabeça contra a doença de Alzheimer

Artigo original por Eric Chudler, PhD (site Neuroscience for Kids), tradução por Fernando Lage Bastos (NeuroKidsBr)

Artigo original 15-fevereiro-2002 - tradução: 01-maio-2002

Em janeiro de 2002, pesquisadores demonstraram que o pensamento complexo pode melhorar o sistema imune. Um novo estudo publicado no dia 13 de fevereiro de 2002, no The Journal of the American Medical Association sugere que atividades mentais desafiadoras podem proteger as pessoas da Doença de Alzheimer. Os cientistas seguiram 740 membros do clero Católico (freiras, padres e monges) por uma média de 4.5 anos. No começo do estudo, nenhuma destas pessoas tinha qualquer sintoma da doença de Alzheimer. A cada visita com os cientistas,os participantes foram perguntados sobre quanto tempo gastavam realizando certas atividades.

 

Atividades Medidas
  1. Assistir TV
  2. Ouvir o rádio
  3. Ler jornais
  4. Ler revistas
  5. Ler livros
  6. Jogar jogos como baralho, xadrez e palavras cruzadas
  7. Ir à museus

Cada pessoa recebeu pontos de acordo com a frequência em que eles realizaram cada atividade:

  • 5 pontos para atividades realizadas diariamente.
  • 4 pontos para atividades realizadas várias vezes por semana.
  • 3 pontos para atividades realizadas várias vezes por mês.
  • 2 pontos para atividades realizadas várias vezes por ano.
  • 1 pontos para atividades realizadas uma vez por ano ou menos.


Os pesquisadores calcularam então uma média da pontuação de atividade. Os participantes da pesquisa também foram submetidos à uma série de 20 testes para medir as suas habilidades cognitivas.

Durante os anos que se seguiram, 111 dos participantes originais da pesquisa desenvolveram sintomas da Doença de Alzheimer. Os pesquisadores descobriram que um nível de atividade cognitiva mais alto (pontuação mais alta) REDUZIU a chance de que aquela pessoa desenvolvesse sintomas da doença de Alzheimer. Tanto que um aumento de 1 ponto na pontuação de atividade foi associado com 33% de redução no risco do desenvolvimento da doença de Alzheimer.

A razão pela qual um aumento na atividade cognitiva leva à uma redução no risco da doença de Alzheimer ainda não é conhecido. Pode ser que estas atividades protejam o cérebro conta a doença de Alzheimer ou aumentem de alguma forma as conexões neuronais. Mais pesquisas são necessárias para descobrir os mecanismos responsáveis por estes achados. Mesmo assim, esta pesquisa reforça um velho ditado:

"O que não é usado, acaba perdido!"

Referências:

  1. Wilson, R.S., Mendes de Leon, C.F., Barnes, L.L., Schneider, J.A., Bienias, J.L., Evans, D.A., Bennett, D.A., Participation in Cognitively Stimulating Activities and Risk of Incident Alzheimer Disease, JAMA, 287:742-748, 2002.

Hosted by www.Geocities.ws

1